quinta-feira, 4 de setembro de 2008

As coisas, como são.

Uma atitude positiva perante a vida é para mim uma coisa que se aprende. Que se adquire com muito esforço e empenho. Não nascemos optimistas ou pessimistas. Decidimos sê-lo em momentos cruciais.
Faço transformações diariamente. Positivas, em relação a mim e a todos que estão comigo perto ou longe. Fecho os olhos e envio energias positivas que alimento com amor todos os dias.
Ainda não desisti de encontrar a chave do carro. E os meus poderes profundos aplico-os tanto a factos banais como este, sem importância e completamente substituíveis, como nos que acredito, se calhar sozinha e sem saber porquê.
No dia em que perdi a chave do carro e andava com cara de morta viva, com uma impressão no peito que já não sentia há muito tempo, deu entrado no serviço onde trabalho a A. Pela primeira vez senti que poucos ganhos conseguiríamos. O acidente que sofreu deixou a A. num estado físico brutal. Revoltei-me comigo. E pensei. Porque não acreditas em nada? Será isto a chamada imunidade que se adquire com o tempo de serviço? Estarei apenas a ser realista?
Durante a noite, encontrei a A., que não fala nem se exprime muito, nem tem como dizer o que sente, nem se consegue mexer, nem gritar, encontrei-a quietinha e calma. Olhos bem abertos, repletos de lágrimas. Chorava sozinha e em silêncio. Deixei-me estar perto dela. Não lhe disse que estava tudo bem, nem que ia ficar boa. Peguei numa toalha, limpei-lhe as lágrimas e deixei-a chorar. Apaguei a luz e saí.

2 comentários:

Anónimo disse...

:(
Não sei se concorde contigo em relação ao poder das nossas decisões, mas... isso não quer dizer que não compreenda o que dizes.

Anónimo disse...

Penso que hoje já consigo raciocinar sem deixar que a emoção me "sufoque". Não vou esplanar sobre o ser positiva ou negativa: cada um reage conforme a situação e o ser humano é muito imprevisível.
Perante o caso da A. e a dureza da vida que emoção ou sentimento se pode sentir?
Se eu pudesse mandar, decretaria que uma vez por mês, cada pessoa fizesse um dia de voluntariado num hospital ou centro de recuperação: aí sim aprenderiamos a dar valor a tudo o que nos rodeia, por mais pequena que seja.
Mas não mando! Felizmente que tenho a Di que ao escrever situações dolorosas me faz pensar de imediato:como tu és feliz BACOUCA e por vezes não dá o verdadeiro valor a isso!
Mil beijos minha querida e obrigado por me lembrar-me o que é a dureza da vida!

 
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