segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Gosto de voltar a cuidar de mim, de voltar a apreciar o meu silêncio, a minha companhia. De colar os cacos partidos, sem pressas, sem medos dos cortes nas mãos. 
Gosto de alimentar os meus sonhos e de assumir a minha natureza natural. Aquela rara eterna infância que alimento com projectos sem fim. Agarro-me aos mil planos em que penso para nunca me resignar. 
Não sei se algum dia caberei num molde. Não me incomoda pensar que sou feita de uma matéria única, que não ganha forma física.
Agradeço os momentos que a vida me dá, a combinação perfeita dos segundos. Questiono se estariam juntos há horas dias meses ou anos à minha espera.
Estou de braços abertos, lancei os dados, cruzo os dedos. Plantei sementes. Continuo à espera da magia da vida, que agora a água caia na terra certa e que nasça a maior força.
Agradeço à A. ter aparecido na minha vida e me lembrar vezes sem contas que temos  que começar a fazer uns rabiscos em papel. Que podemos riscar, apagar, escrever, planear, fazer crescer um projecto nosso.
Agradeço ter reencontrado o D. Agradeço todas as palavras  que ele me disse. A honestidade, a preocupação em escolher as certas, o ter-me aberto o seu coração e eu o meu.
Agradeço à minha doente N. ter-me dito que me ama. 
Agradeço à minha doente M. ter-me comovido e ter-me feito usar tão claramente as minhas. Agradeço termos falado da sua morte sem que isso significasse o seu fim. Agradeço que ela me tenha abraçado tanto, me tenha feito sentir especial num momento tão difícil da vida dela.
Agradeço ao meu guru V. Sem ti,,, sem ti não sei como seria.
Agradeço ao meu pai e ao A. Sei que olham por mim, sei que a saudade ganhou outro significado graças a eles.
Têm sido dias felizes.

 
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