terça-feira, 24 de março de 2009

P.

Muitas vezes, quando perguntava ao P. pela manhã, como se sentia nesse dia, respondia-me com o seu sorriso bem característico, que estava todo bufado. Bufado?
-Sim enfermeira. Tenho bufas, ar, peidos, pus o que quiser. Como quiser. Mesmo que não queira.
Ensinei-lhe uma música do Rui Reininho, que cantávamos os dois quando lhe dava banho de manhã. Do meu nome raramente se lembrava, mas sempre que me via começava a cantar...
“Tu és tudo de A a Z, tu és tudo e o meu lado B….”
Ás vezes só me apercebo como alguns doentes são especiais quando se vão embora, quando chego e as suas camas estão vazias ou ocupadas por outra pessoa. Relembrei o P. hoje. As muitas vezes que me zanguei com ele por se meter em todas as conversas que ouvia, ou fazer piadas com a desgraça alheia. Mas o P. era tão humorístico! Acho que todos os que trabalhamos com ele acabamos por várias gargalhadas soltar, com os pensamentos que ele partilhava instintivamente. Muito inteligente e autêntico.
Mesmo sem nunca imaginar, hoje soube que o P. deixou saudades.
American boy:)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Março

Já passei duas vezes na praia.
Já pus os pés no mar.
Já me deitei na areia e fiquei a olhar o céu.

segunda-feira, 16 de março de 2009

N.


Volto a falar do N. porque ele é tão doce que o quero guardar aqui mais uma vez.

O N. tem melhorado muito. Já recuperou o volume da voz, engordou e tem muita mais força do que antes. Já come pela própria mão, já toma banho sozinho, e veste-se quase sem ajuda. É muito carinhoso e interessa-se por todos à sua volta. Pede-me abraços quando me vê chegar e pergunta-me sempre se estou bem. Durante a noite, quando acorda e não consegue voltar a adormecer, pede-me que lhe segure na mão e diz-me que gosta muito de mim.
Não gosta de ver ninguém triste. Defende os mais fraquinhos e faz-lhes festinhas, e faz questão de mostrar que sabe o nome de todos.
Rio – me muito quando acorda a cantar “ aaaaaaaai amoooor ai ai ai ai amooooor é amor”
A educação e a ternura do N. faz com que todos gostem dele. Também á fácil gostar. É fácil cuidar, de quem tanto afecto dedica aos que o rodeiam.
Hoje vejo o N. como exemplo. É tão importante semear amor, no dia a dia, nas situações mais simples. E acredito muito, que quem o fizer é recompensado por isso.

(A Nádia visita o N. algumas vezes, ele aguarda ansioso todas essas visitas, e conta os dias que faltam até ela voltar:))

segunda-feira, 9 de março de 2009

Parabéns para ti*


A tormenta da proximidade dos 30 às vezes impede de sentir a ternura dos 26.
Lembrei-me do “ muitas felicidades cantam as nossas almas”
É isso.
Feliz dia:)
 
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