Sabe enfermeira Diana o N. tem uma namorada, que desde a altura do acidente o ajuda muito.
- Ai sim? E como se chama ela N. conta –me!
- Nádia. Mas ela não me ajuda muito.
- Então filho não digas isso! Quando estavas internado em Lisboa ela ia visitar-te todos os dias, tu é que estavas a dormir e não te lembras.
- Pois não.
Eu caladinha. Nunca vi uma Nádia por lá. Afinal de contas o N. tem apenas 18 anos, está bem diferente no N. anterior ao acidente que o deixou assim. A Nádia não terá mais de 17, é uma menina bonita que pousa alegremente na fotografia afixada na parede do quarto do N.
- Eu gostava só dela só dela. Mas ela nunca mais apareceu.
Talvez a Nádia volte a aparecer. Nem que seja só para lhe dar um beijinho. Para ver se ele se anima e come melhor e recupera o peso. E o volume na voz. E força para todos os dias trabalhar arduamente na sua recuperação. E egoistamente desejando, para ver se nós, que tratamos de ti, te vemos sorrir, melhorar, e por isso voltemos para casa com o coração menos apertado por saber que a vida, num momento infeliz foi tão dura e ingrata contigo.
Querido N.
- Ai sim? E como se chama ela N. conta –me!
- Nádia. Mas ela não me ajuda muito.
- Então filho não digas isso! Quando estavas internado em Lisboa ela ia visitar-te todos os dias, tu é que estavas a dormir e não te lembras.
- Pois não.
Eu caladinha. Nunca vi uma Nádia por lá. Afinal de contas o N. tem apenas 18 anos, está bem diferente no N. anterior ao acidente que o deixou assim. A Nádia não terá mais de 17, é uma menina bonita que pousa alegremente na fotografia afixada na parede do quarto do N.
- Eu gostava só dela só dela. Mas ela nunca mais apareceu.
Talvez a Nádia volte a aparecer. Nem que seja só para lhe dar um beijinho. Para ver se ele se anima e come melhor e recupera o peso. E o volume na voz. E força para todos os dias trabalhar arduamente na sua recuperação. E egoistamente desejando, para ver se nós, que tratamos de ti, te vemos sorrir, melhorar, e por isso voltemos para casa com o coração menos apertado por saber que a vida, num momento infeliz foi tão dura e ingrata contigo.
Querido N.
3 comentários:
Fico tantas vezes de lágrimas nos olhos com os teus posts sobre os doentes. No entanto, e apesar de ficar de coração apertado só de ler, fico sempre rendida à tua delicadeza e sensibilidade - que fazem do teu um blog tão bonito!
Como um gesto, uma atitude, um carinho da Nádia podia mudar tanta coisa no N.! Assim como pequenos gestos nossos do dia a dia podem fazer a diferença! E a Di faz!
Bem haja por isso minha querida:)
:(
(Nunca deixes de nos escrever aqui, Di)
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