sábado, 27 de setembro de 2008

Meu querido e doce G.

Há pessoas que são realmente especiais. Que vivem num terrível grau de dependência mas mantêm uma atitude tão correcta e serena perante a sua situação. Por serem exemplos de vida, para mim e para todos, passo muitas vezes algum tempo extra-trabalho a pensar neles e a tentar compreender, assim de longe, como conseguem manter-se tão apaixonadamente abraçados à vida.
O G. é um homem tão grande. Tão grande e tão doce. Tão grande e tão meiguinho. O G. não é português mas foi por cá que sofreu um acidente e ficou tetraplégico. Fala português correctamente, baixinho e devagarinho com toda aquela calma que o caracteriza. O meu coração enche-se de orgulho por dele. Porque é sempre tão gentil e porque tem um sorriso tão verdadeiro, tão inspirador.
Não podia falar do G. sem que imediatamente me lembre da sua mulher. A sua dedicação diária e incansável é das mais bonitas declarações de amor que presenciei. Ela pega nele sozinha e cuida dele sem que precise de mais ninguém. Atendendo ao seu tamanho e ao seu peso concluo que o amor entre duas pessoas, assim verdadeiro, cria forças sobrenaturais.
Ontem eu vinha a sair, e ela a chegar. A pedalar serra a cima na sua bicicleta. Lá ia cheia de força, daquela que tem origem cá dentro e a faz não ter limites, ou pelo menos a permite ultrapassá-los. O G. nunca está sozinho. Mas sei que ele merece. Merece por ser como é. Um homem muito para além de um corpo, e amado, muito amado para além disso também.

6 comentários:

nat. disse...

acabei de ficar arrepiadinha arrepiadinha!

:)

Ainda bem que há coisas assim... inspiradoras... e para alguns, para além do que é compreensível!

Beijinho e bom fim de semana!

nat disse...

São histórias destas que nos abrem os olhos.
Beijinhos meu amor. Meu orgulho.

Lulu disse...

Di, acabei de chegar e estou emocionada pois já VI situações semelhantes e SEI o que é essa força de que fala.
Obrigada por partilhar a sua sensibilidade.
Um beijinho.

Anónimo disse...

Olá Di, nunca deixei um comentário mas venho cá todos os dias...levas-me mts vezes às lágrimas, quer de felicidade quer de tristeza, mas hoje fiquei toda arrepiada. Obrigada por partilhares connosco. Beijocas, Nhocas

Anónimo disse...

Querida Di:
Acabei hoje mesmo de chegar de Itália. Venho como deve imaginar com o coração cheio de amor, com a memória cheia de boas recordações e com a vista cheia de coisas tão bonitas! Mas foi exactamente pela "vista" que o seu querido e doce G me fez pensar: que grandeza tem o Coliseu, a basilica de S. Pedro, etc,etc,etc, perante um Homem com letra grande e um amor tão profundo como esse que a Di tem a sorte de conhecer?
Eu fico sem palavras perante exemplos desses e vejo como é tão bom podermos ajudar os outros, mesmo sendo nós a sofrermos, como é o caso do G que enche de orgulho pelo seu exemplo e continua a ter todo o amor e carinho dos que o rodeiam e que sempre o amaram e amarão.
Bem haja minha querida, por descrever-me casos desses que são a VIDA na sua plenitude!

Alecrim disse...

:)
Eu fico em silêncio muitas vezes, mas leio e medito sempre.

 
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