sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Dias de Verão

Quando penso no verão e na qualidade de vida que ele me tráz, recordo um dia de praia do ano passado. Um dos primeiros, daqueles em que a praia ainda está quase deserta e se ouve o mar, as gaivotas e a brisa e nada mais.
Fui com a Rita, minha amiga do coração. Estava calor e ela desafiou – me para uma caminhada à beira mar. Ainda passeamos um bocadinho mas a temperatura da água nesse dia estava tão boa mas tão boa que resolvermos ir a nado. E fomos, costa fora, nadamos e nadamos e mergulhamos e rimos. Via-se o fundo do mar e ficamos tempo infinito a recarregar energias, a boiar e a baloiçar nas ondas.
Foi tão bom.
Lembro-me deste dia e desejo com todas a minhas forças poderosas que o verão volte. E que venha para ficar. Porque eu preciso. Sim?
Beijinho Rita tenho sempre saudades de ti*

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

*

Sometimes all I need is the air that I breathe and to love you

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Que fique registado que hoje, depois das chuvas e dos dias escuros, do frio, das lamentações e das tristezas, das dificuldades, do cansaço e das conversas difíceis. Que depois de uma manhã de trabalho com duas horas de sono, dura como todas as outras, eu saí do serviço e estava sol, uma temperatura de primavera e cheirava muito ao Algarve que me recebeu. Hoje as amendoeiras em flor viam-se por todo o lado, rodeadas de brilho. Fico feliz por estas coisas me marcarem tanto, este sentir intenso do que me rodeia, por isto me ajudar a sentir-me calma, a encher o meu coração de amor e a viver em paz.
Fico grata.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Aninhas

Quando decidi criar este blog, fi-lo com a intenção de deixar registado alguns momentos de uma nova fase da minha vida que na altura começava. Momentos dias ou pessoas importantes, situações ou conversas, mas sempre de alguma forma relacionados com a minha vinda do norte para o sul.
Quando se chega a um lugar novo o mais importante de tudo são as pessoas que encontramos e desde logo senti que não podia ter tido melhor sorte. Aqui descobri e ganhei amigos, colegas e até doentes que fui conhecendo melhor e com quem crio laços e afinidades o que me faz sentir tão bem e feliz.


A Ana foi a minha primeira amiga e hoje regressou definitivamente para o norte. Resolvi desta vez, ver apenas o lado positivo desta partida. Tentei convencer o meu coração a manter-se calminho sem grandes dores, que esta coisa de se ver os amigos partir não é mesmo nada fácil quando se cria uma família a quilómetros da nossa.
A Ana foi também a primeira pessoa com quem brindei a chegada de 2009. Lembro-me de te ver comer as passas em sofrimento, e lembro-me de várias vezes nessa noite relembrares o anjinho que concretiza os desejos de ano novo que o teu maior era regressar a Aveiro e ser enfermeira pertinho de casa.
Lembro-me de estares abraçadinha a mim e me dizeres isso. Por isso hoje, quando te abracei deixei-te ir, porque isto de se ser amigo também passa por se respeitar a liberdade e a escolha. E eu não queria que partisses mas quero muito senti-te finalmente feliz e em paz.
Por isso: Voa minha Amiga porque o mundo é grande *

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Ai que nervos!

Quando:
· Acordo muda ainda com pior cara do que nos outros dias
· Ligo o rádio no carro e não sai nada, nem uma palavra dançada sequer
· Trabalho meio que sozinha a querer fugir de qualquer companhia ou conversa seja com quem for
· Choro com os conselhos da minha mãe sobre assaltos a carros com meninas dentro
· Me acho feia feia feia feia feia
· Me nascem borbulhas a cada hora
· Me irrito com o cheiro a sovaco matador dos homens no ginásio a ponto de olhes lançar olhares matadores de quem lhes roga uma praga
· Páro o carro em frente a casa e só quero ficar lá dentro, calada e sozinha
· Não consigo concentrar-me num único pensamento positivo mais de 10 segundos
· Só pode ser a merda do TPM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Odeio-o.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Durante a noite

Quase que é um velhinho querido. Noventa e dois anos. A falta de lucidez ainda podia desculpar, mas não, não lhe falta o juízo.
Este senhor, fisicamente dependente, estava cheio de cocó ontem à noite. Descuidou-se e precisou de ajuda. Duas da manhã. Entro no quarto. Olha para mim sorridente. Enquanto o limpo pede-me que lhe chupe a chucha. Que sou tão boa e era bom comer-me. Ainda levanta a mão e tenta enfiar-ma onde a falta de visão não o engana. Amarro-lhe os braços com força e ralho com ele. É só um velhinho, coitado. Insiste. Olha a minha chucha é boa não é? Língua de fora mão no ar à procura de carne.
Este senhor ontem levou o meu querido colega P. à loucura. Mas o senhor pensa que isto é o quê? Está num hospital veja lá se tem respeito! Não o volto a avisar! E o velhote, com pálpebras vermelhas e caídas lá se desculpava. Mas passar a mão não é falta de respeito! Apalpar é falta de respeito! Oh filha oh filha diz lá que não gostas!
E eu limpava-o. Tinha sono, sono. Não me apetecia discutir com ele. Mandei-o calar-se. Cale-se homem! Esteja quieto! E amarrava-lhe os braços. Olhei para ele e vi o demónio. Velho velho, olhos vermelhos, caídos, desvairado. A língua de fora o riso.
O P. defendia-me. Olhe que não o volto a avisar! E o homem possuído parou.
Ficou limpo. Apagamos a luz e fechamos a porta.
 
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