quinta-feira, 19 de maio de 2011

29 anos, 53 minutos e nem uma lágrima

Quando fiz 27 anos vivi uma crise existencial. Que não podia ser, ter chegado até ali e não ser a pessoa que com 10 achava que a essa altura já seria. Porque não tinha encontrado um lugar certo para viver, nem tinha o trabalho que me realizava, nem sabia ao certo como ia ser o dia de amanhã, nem tinha pelo menos um filho, logo eu que desde os 16 não falava de outra coisa.

É engraçado fazer 29 e não ter nenhuma destas inquietações. Estou momentaneamente desempregada, vivo num país estranho e sem sol, e apesar disso sinto que não podia neste momento ter feito as coisas de outra forma que não desta. Deve haver um propósito para estar aqui, porque foi quase a ultima opção, porque eu dei tanto tempo ao tempo para que o natural e mais desejado acontecesse, porque eu passei muitas, muitas horas de sono a pensar em alternativas e porque, se assim não tivesse que ser, não era de nenhuma forma justo eu estar aqui agora. E se eu tivesse conseguido voltar ao norte, eu já quase adivinharia uns quantos outros desfechos igualmente previstos, talvez até mais previstos do que profundamente desejados.

Parece que me tornei uma pessoa pouco estável. Nos sentimentos e nos desejos. Hoje, depois de tudo o que vivi aos 28 alegra-me apenas estar viva, ter ainda mais tempo para ir cometendo estas pequenas loucuras, ter a maturidade para aceitar os nãos da vida sem que disso faça imediatamente um grande drama, e ter a delicadeza e a sensibilidade que tão bem me caracterizam, sem sentir nem me preocupar que, aos olhos de alguns , pareça que nunca mais parei se ser criança.

Eu não me importo de estar assim, porque esta é a melhor forma de eu me sentir feliz agora. Não me parece que isto me baste, mas agora, agora é apenas isto. E amanhã, amanhã logo se vê.

4 comentários:

Dulce disse...

:) *

(Um sorriso e um beijo para ti. Não cresças demais.)

Maglor disse...

Só se aprende a escrever com essa experiência. Tu já a tens, e essa tua "caneta" dobra-se à tua vontade.

*

disse...

"ter a maturidade para aceitar os nãos da vida sem que disso faça imediatamente um grande drama, e ter a delicadeza e a sensibilidade que tão bem me caracterizam, sem sentir nem me preocupar"...

Tal e qual!!!!

Por isso mesmo és tão especial!
És única!!
Beijo minha amiga do coração ;)

disse...

Di... escreve um livro!!
Tens um dom ... consegues passar para o papel o que sentes... sem mais nem porquê!!!!
Di... a escritora ;) Que te parece??? Beijo minha queirda ;)

 
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