terça-feira, 20 de outubro de 2009

moço eu fico todo arrepiado a ver isto

http://www.youtube.com/watch?v=A9CmZXSSYmc

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


Tenho um chefe novo. Daqueles que vêm para impor respeito aqui ao enfermeirinhos saídos da casca que nem sequer chegam aos 30 anos. Somos uma cambada de miúdos…meio que atrasados mentais a quem ele vem dar a sua contribuição para nos meter na linha, nos dar educação e ensinar o que é o respeito.
Já tivemos o nosso primeiro encontro. Foi tão encantador! Este senhor fez-me ficar pasmada de incredibilidade. Ouvi-lo gritar de dedinho empinado contra mim foi um regresso ao passado. Relembrar as minhas queridas professoras freiras que tantas vezes me ensinaram via berros e arrogância qual era o meu lugar. Agradeço-lhes. Agradeço mesmo, porque hoje ninguém me faz o mesmo ou pelo menos não me fazem sentir a tristeza de antes.
Estou a pensar oferecer-lhe um chicote :)

domingo, 11 de outubro de 2009

Aos Domingos

Hoje foi uma tarde de trabalho diferente. Pouco doentes no serviço, vários enfermeiros a trabalhar e por isso sobra tempo. Tempo para dar atenção aquelas coisas que até vemos mas não temos tempo para mudar ou detalhar.
O C. pediu-me mal cheguei para o passar para a maca e levar a “tomar sol”. Quem me dera, leve-me enfermeira…
Hoje levei.
O C. é de cabo verde. Um homem pobre, que deve ter crescido e vivido sempre na mesma aldeia e desde cedo começou a trabalhar. Fez-me diversas perguntas. Se as árvores que nos rodeavam davam frutas, se era sempre verão em Portugal, se eu já tinha comido cachupa, que é tão boa, quanto custava o hospital, se havia lobos na serra e se os via passar.
Falou muito. Deixe-o deliciado e eu própria mais uma vez fiquei a admirar o lugar. Ainda soltei uma gargalhada sincera e boa quando me perguntou: Enfermeira custa um telemóvel muito caríssimo em Portugal?
Falou-me do peixe de cabo verde, de como era a vida dele, e mostrou-se conformado com a nova vida que terá. Não sabe muito do mundo, das coisas nem parece ter noção do tamanho do mesmo.
Transparece uma tranquilidade imensa. Vive deitado entre macas e camas há 4 meses.

Estive em Lisboa

Tenho pensado… que eu devia era estar numa cidade grande. Que rapidamente me habituaria de novo às multidões, aos enjoos no metro, ao cheiro dos outros muito perto de mim, à sua mistura.
Gosto de observar. De me deslumbrar com gente. Gente sem medos de ser diferente e que ilusoriamente ou não, me parece ligar menos à vida alheia.
Ter caminhos alternativos. Programas e ofertas variadas de experiências, todos os dias. Cores movimento, pessoas, música, arte, lugares.
Não queria correr para apanhar o transporte que me levaria ao emprego. Mas sinto falta de mais adrenalina. Mais movimento à minha volta.
Uma terrinha sossegada no Algarve é perfeita para se sentir paz, tranquilidade, sossego. E isto é tudo para mim. Mas o meu corpo, a minha mente parecem pedir mais.
Quererá o passarinho voar?
 
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