segunda-feira, 9 de abril de 2012

J. parte 2

A J. outra vez. Ausente e longe, muda ou verborreica. Hoje esteve comigo aproximadamente 15 horas. Uma manhã para lhe dar banho, para a fazer comer. Horas para que beba um copo de água, horas para que coma uma colher de iogurte, segundos para que devore uma fatia de bolo de chocolate com 1g de Paracetamol triturado dentro dela. Alívio, talvez a febre baixe.
À tarde consegui senta-la no cadeirão. Ás 19h sento-me numa cadeira ao seu lado, pede-me a mão. Chama-me mamã. Mamã, mamã, mamã centenas de vezes. Digo-lhe que não sou a sua mãe, como podia eu ser sua mãe J? Ela continua. Centenas de vezes a repetir-se enquanto me abana a mão. Mamã, mamã, mamã. J. não sou sua mãe, não podemos ser antes amigas? Ela começa. És minha amiga? És minha amiga? És minha amiga? Horas nisto. Sou, respondo. És minha amiga? És minha amiga? Sou J. ela continua… eu vou perdendo a capacidade de me manter calma. És minha amiga? Não sei J. Sou? O que achas? Ela responde. Mamã.

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