quarta-feira, 1 de abril de 2015

Como uma flôr vermelha


À sua passagem a noite é vermelha, 
 E a vida que temos parece Exausta, inútil, alheia.
 Ninguém sabe onde vai nem donde vem, 
 Mas o eco dos seus passos 
 Enche o ar de caminhos e de espaços 
 E acorda as ruas mortas. 
 Então o mistério das coisas estremece
 E o desconhecido cresce Como uma flor vermelha.


Sophia de Mello Breiner

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