quinta-feira, 3 de abril de 2014

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Eu ainda não li nem ouvi nada que definisse isto que sinto quando penso na minha saudade. Na saudade que trago cá dentro, que não é boa nem é má, que nuns dias me pesa e noutros me sustenta. Que me faz tantas vezes sentir tristeza e por outras gratidão.
Eu ainda não sei definir esta minha saudade, esta que faz doer, doer o corpo, as costas a cabeça, o coração. Esta saudade que não me deixa ainda concentrar no passar do tempo, no trabalho, no futuro, no hoje, no agora. Eu ainda só quero que me deixem estar. Que me deixem chorar pelos cantos, ou rir à gargalhada no minuto seguinte se assim tiver que ser.
Carrego saudade, sinto-a, chamo-a assim, mas é só minha, ninguém a sente como eu a sinto e eu precisava tanto de saber, de saber se alivia, se se torna noutra coisa. Não falo de amor, falo de saudade. Isto aqui, que não cabe no meu coração e se espalha por mim, que me faz sentir pesada, que me prende os ombros, que me rouba o sono. Não falo de recordações, falo de saudade. Esta saudade.



1 comentário:

Becas disse...

Minha querida se lhe posso ajudar com a minha experiencia da perda do pai e da mãe, digo-lhe que esse aperto começa a suavizar-se, mas terá que dar tempo ao tempo. Fazer bem o luto, sempre à sua maneira, aligeirando aos poucos esse sufoco.
Quer queiramos quer nao a vida continua e essa enorme dor vai fazendo com que caminhe, passo a passo, para a maturidade.
Um grande beijo que lhe quer dar muita força.
Tadoro

 
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