sábado, 28 de setembro de 2013

Das muitas formas do amor

Encontrá-lo nos olhos de um estranho, na forma de gratidão profunda é das formas mais bonitas e comoventes que conheço.
Ela estava na casa de banho, nua. No local da mama esquerda estava agora uma enorme cicatriz, a parte que mais se vê do cancro que a invadiu, os cabelos brancos compridos caiam-lhe sobre os ombros.
 "Vim desligar os cabelos ainda bem que apareceste"
Fiz-lhe uma trança e falamos da morte, da dela que se aproxima e ela sabe, mas não aceita. Diz que tem medo mas que Deus há-de guiá-la pelo melhor caminho.
" E se for bom o que nos espera depois, já pensou? se houver uma paz profunda, qualquer coisa que nem imaginamos existir, e se encontrar as pessoas que já partiram e de quem tem tantas saudades todas de uma vez de braços abertos?"-disse-lhe
"Nesse caso, então foi Deus que te enviou agora, é que até parece que o vejo nos teus olhos" Olha para mim, és muito cuidadosa comigo, ajudas-me tanto. Obrigada, Diana"
Dei-lhe beijinhos na testa.
"Não faz mal sentir medo, nem faz mal nenhum chorar".
Agradeço tanto estes momentos, até porque são cada vez mais raros desde que me mudei para cá. Agradeço porque me reconheço, me reencontro. Porque esta felicidade que sinto me desperta para a missão que mais valorizo na minha vida. Mudar o mundo um bocadinho de cada vez, cá dentro, lá fora, gota a gota.

2 comentários:

rita sousa disse...

Cuidas com tanto amor Di! <3

Dulce disse...

Fazes-me chorar tanta vez, Di. És tão linda!

 
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