domingo, 27 de novembro de 2011

O meu coração*

O meu coração bate-me no peito mas palpita-me na boca. O meu coração sente medos e não tem vergonha em assumi-los. O meu coração é quentinho e nunca se esfriou, apesar de já ter sido muitas vezes posto à prova. O meu coração ainda bate mais forte quando pressente que duvido dele, e quase quer sair-me do peito quando vê que quero ser mais rápida do que o tempo. O meu coração é meu, e ás vezes sou eu quem cuida dele e não ele de mim. Como em dias como o de hoje, em que, por ser domingo eu e ele ficamos trémulos e tristes. E porque Dezembro está a chegar e nem eu nem ele queremos lembrar-nos do que isso ainda representa. Do que isso nos faz lembrar. Porque o meu coração quase parou no dia em que o teu desistiu.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mulheres inspiradoras

"Cada lua, cada ano,
cada dia, cada vento,
caminha e passa também.
Também todo o sangue chega
ao lugar da sua quietude"


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Impressões Di gitais.

Faz impressão o trabalho que se tem em se ser superficial
Faz-me impressão o baralho o vulgar e o intelectual

Sinto depressão conforme perco tempo essencial
Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital
Tendo para mais louco não sou patológico sou como o papel vegetal

Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal
Faz-me um favor estou perdido indica-me algo fundamental

Acho que o que gosto em mim o que me cativa é uma preguiça transcendental
E em ti o que me torna afim o que me motiva é esse sorriso vertical como uma impressão digital

Sinto-me uma fotocópia prefiro o original
Edição revista e aumentada cordão umbilical
Exclusivo a morder a página em papel jornal

Faz-me impressão o trabalho a inércia faz-me mal

GNR

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Poeminho Do Contra


Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há pessoas que nos bastam para viver. Foi o que senti enquanto estive em Londres. Que sem ti não teria aguentado todos aqueles dias de angustia. E também não teria percebido que por vezes é preciso ficarmos totalmente vazios para podermos encher de novo. A minha irmã é o meu amor. E as saudades que tenho tuas já nem cabem em mim.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Hoje o serviço foi só meu. Nem colegas nem médico nem auxiliar, não se viu ninguém. Hoje fui eu e os doentes, ou melhor eu, Deus e os doentes. Custa-me a crer no estado a que chegaram as coisas, a decadência, a falta de tudo. A exploração a que os enfermeiros estão sujeitos, o que nos exigem a troca de tão pouco. Hoje não aconteceu nenhuma desgraça e é por isso que amanhã ou sempre que for necessário será igual. É triste mas é verdade, meia dúzia de enfermeiros, bem explorados e bem mandados seguram o hospital. E isto não é só triste, é desumano.

 
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