Quando ontem à noite entramos no quarto da Z. com pinheiros e renas nas cabeça, a cantar "a todos um bom natal", os olhos dela arregalaram, o sorriso desdentado abriu e ela começou muito muito feliz a cantar e a bater palminhas. Foi um daqueles momentos perfeitos, que a felicidade nos abre no peito, aquele tipo de alegria sincera, que nasce quando praticamos o bem, quando damos sem intenção de receber, quando a felicidade da outra pessoa nos basta para compensar tudo.
Foi um Natal Feliz.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Bem-vindo Inverno:)
A tua chegada foi celebrada no alpendre cá de casa, a sentirmos o sol quentinho bater-nos no corpo coberto ainda pelo pijama. Bebemos café numa chávena grande e ficamos a apreciar os passarinhos a voarem bem perto de nós, a cantarem felizes por entre os arbustos. Lembrei-me das coisas simples e na felicidade que me invade sempre que lhes presto a atenção.
Não vai tardar muito para nascerem as amendoeiras em flor, uma das coisas que me relembram que vale a pena continuar por cá, mesmo que os planos de mudança sejam cada vez mais certos.
O inverno chegou, o fim do ano também e eu não me lembro de me sentir assim, tão optimista em relação ao novo que aí vem.
Não vai tardar muito para nascerem as amendoeiras em flor, uma das coisas que me relembram que vale a pena continuar por cá, mesmo que os planos de mudança sejam cada vez mais certos.
O inverno chegou, o fim do ano também e eu não me lembro de me sentir assim, tão optimista em relação ao novo que aí vem.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
U.
“Lembra te de mim como alguém que já não conseguia rir e que se rio muito por dentro contigo a cantar Beatles”.
Foi assim que se
despediu de mim hoje. Ele que passa grande parte dos turnos a gritar de dor
fantasma. Enchi-me de tristeza por ser incapaz de o aliviar de tamanho
sofrimento dia após dia. Um doente encantador mas muito sério, com um cabelo
branco reluzente, que odiava levantar-se para tomar banho, luz no quarto e
comer. Há umas semanas atrás ainda gostava de me mostrar musica maravilhosa que
ouvíamos os dois como terapia durante horas de tratamentos agressivos, depois
foi deixando de querer qualquer contacto com o mundo exterior ao seu.
Ontem obriguei-o a sair da cama, gritou-me “não” milhares de vezes. Mas eu tive que
o ignorar, tive que lhe ver a raiva nos olhos e ignorar, e esfreguei-o com água
quente e sabão, fiz-lhe a barba com o olhar mais vazio e sério na direcção do
nada que me lembro de ver num doente, obriguei-o a abrir a boca para lavar os
dentes já cobertos de secreções acumuladas. Ele odiou-me. Hoje ardia em febre
quando cheguei de manhãzinha perto dele. Pediu-me “por favor, não quero levantar-me”. Eu disse-lhe que não ia fazer
nada que ele não quisesse. Pus música, ele disse que hoje podia ser eu a
escolher, escolhi Beatles, cantei-lhe o “Let it be” enquanto o lavava parcialmente
no leito e lhe mudava os lençóis da cama. Tão doente. Senti remorsos por o ter
obrigado no dia anterior, pedi-lhe desculpas. “Dá-me um sumo de morango e eu
perdoo-te” disse-me ele. Sorri-lhe e continuei a cantar…
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Pózinhos de perlimpimpim
Penso muitas vezes na esperança. Na minha esperança na forma
como ela varia, se multiplica e divide. Nos dias em que parece que some e
nos outros em que me devolve a força para tudo. Nas ideias que me dá, na forma
como elas me parecem tontas quando ela se desvanece.
Há que ter esperança e saber esperar. Ou então há que dar um
pontapé no garantido, no seguro e ter a confiança necessária para receber o que
vem a seguir.
E depois há a sorte. As bênçãos. O receber da vida o amor
que distribuímos. O que vai volta, o que damos ser-nos-á devolvido. Acreditar.
Continuar a acreditar.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
SEMPRE que eu confirmo aos meus doentes que sou do norte eles perguntam-me: é do porto?
Sou de Viana do Castelo, respondo. Ahhhhhh é de Viana? Ahhhhhhh e a santa luzia? ahhhhhhh e as festas da agonia? ahhhhhhhhhhhhhhh.
Relembram-se viagens ao norte, fala-se das pessoas do norte, da comida do norte, da nortada. Gabam-se os costumes, a simpatia e o desenrasque. Sou nortenha de alma toda.
Sou de Viana do Castelo, respondo. Ahhhhhh é de Viana? Ahhhhhhh e a santa luzia? ahhhhhhh e as festas da agonia? ahhhhhhhhhhhhhhh.
Relembram-se viagens ao norte, fala-se das pessoas do norte, da comida do norte, da nortada. Gabam-se os costumes, a simpatia e o desenrasque. Sou nortenha de alma toda.
sábado, 24 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
S.
Os velhinhos comovem-me. Os velhinhos doentes e abandonados
ainda mais. E o S. quando entrou no serviço tinha a morte estampada no rosto, era
tanto sangue que perdia, tanto oxigénio que tínhamos que lhe dar, sempre com a
máquina a apitar a dar sinal da sua instabilidade.
Tem um amor incondicional por iogurtes líquidos de morango. Já
bebeu três de seguida, dados por mim, a enfermeira que não tem medo às
diarreias se forem resultado da felicidade, do prazer.
Ontem já o levei ao chuveiro, sentei-o no cadeirão e hoje
demos uns passinhos de andarilho. No final do turno meti-lhe na boca um
chocolate e ele pediu-me para lhe cantar outra vez a musica. Aquela que cantei
há muito tempo atrás. E então eu comecei a cantar… muitas até que ele disse. Essa!
É essa.
“Andorinha de asa negra aonde vais ?
Que andas a voar tão alta
Leva-me ao céu contigo, vá
Que eu lá de cima digo adeus
ao meu amor
Ó Andorinha
da Primavera
Ai quem me dera também voar
Que bom que era
Ó Andorinha
na Primavera
também voar"
Que andas a voar tão alta
Leva-me ao céu contigo, vá
Que eu lá de cima digo adeus
ao meu amor
Ó Andorinha
da Primavera
Ai quem me dera também voar
Que bom que era
Ó Andorinha
na Primavera
também voar"
domingo, 4 de novembro de 2012
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Estamos em Novembro
E eu sei que estou diferente, gosto da chuva, do cinzento do céu e da roupa quentinha. A questão aqui é... até quando menina Di?
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Bem-Vinda Catarina
Ainda não te peguei ao colo encostando-te a mim. Ainda não sentiste o meu coração acelerado bater contra o teu corpo pequenino. Hoje foi o dia em que nasceste e eu passei-o longe de ti. Trabalhei muito, almocei filetes de pescada com arroz de tomate, chorei de alegria fechada na casa de banho do meu serviço e quando o teu pai me deu a noticia de que tinhas acabado de nascer, passavam quinze minutos do meio dia. Depois tratei muitos doentes... foram 16h sem parar. As pessoas, os barulhos, as luzes, os telefones, o meu nome a ser chamado vezes sem conta. E o meu coração todo teu, minha menina, meu novo amor. Já gosto tanto de ti, vou encher-te de beijos quando te vir, e dizer-te baixinho ao ouvido que te amo, assim muito, como daqui ao outro lado do mundo.
Não sou só tua tia, nem tia e madrinha, sou tua. Sou tua como de mim precisares, para sempre.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
G.
Os velhinhos deviam estar mais protegidos das decisões dos outros.
É que lhes escondem diagnósticos e decidem por eles assim sem mais nem menos. Em
nome do bem maior penso eu, porque é nossa mãe, nosso pai, meu avô e eu quero o
melhor para ele. Quero que viva muitos anos, quero que esteja cá para sempre.
E depois espetamos-lhes agulhas, damos-lhes anestesias,
cortamos, cozemos, deixamos marcas, nódoas negras em todo o lado. Dizemos que é só desta vez, não mecha o braço que passa já, fique quietinho que doí menos.
A minha velhinha dos últimos turnos, estava calada desde que
começaram a decidir tudo por ela. Foi operada, foi algaliada, entubada, sedada,
acordada. Espeta agulha, tira sangue, dá-se antibiótico. Ontem tentava eu
dar-lhe um chá doce à colher e ela de boca cerrada. E eu pedia-lhe para a
abrir, para começar a comer, que era melhor, que ia ajudar, que estava morninho,
que era bom e ela nada.
Chegou a filha e os
olhos dela arregalaram-se como se de repente ficasse lúcida. Leva-me daqui pediu ela,
leva-me contigo filha… Então bebe o chá, bebe o chá que eu levo-te comigo.
Bebe o chá e vamos juntas para casa. E ela bebeu, uma colher, depois outra e o
chá a desaparecer da tigela.
Estava encolhidinha na cama quando lhe apaguei a luz no fim
do turno. Calada, de olhar distante, quase indiferente. Que triste que estava a
G.
sábado, 13 de outubro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
Porto
«Afinal, o Porto, para verdadeiramente honrar o nome que tem, é, primeiro que tudo, este largo regaço aberto para o rio, mas que só do rio se vê, ou então, por estreitas bocas fechadas por muretes, pode o viajante debruçar-se para o ar livre e ter a ilusão de que todo o Porto é a Ribeira.»
José Saramago
Hoje lembrei-me de juntar forças, espero que haja a parte II deste mensagem. Vamos ver?
sábado, 6 de outubro de 2012
Do optimismo
Na nossa vida cabe muito mais do que aquilo que estava planeado, cabe aquilo que se sonha, cabe aquilo que se realiza e o que fica no caminho entre os dois.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
E foi assim o verão 2012
Já durmo de pijama e cobertor. Já calço meias no trabalho. Já tenho frio ao entrar na cama, já há mantinha no sofá. Dizem que ele volta para a semana, o meu cantinho na praia já é esperança no meu coração.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Que horas são?
[...]perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são;
e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha...
Fernando Pessoaa tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são;
e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha...
De cinco em cinco minutos o meu telemóvel toca com incentivos a uma noite no meio da caloirada. Eu estou fora, penso. Vou ao ginásio tomo banho enfio-me na cama. Mas depois chega até mim o incentivante poema de Fernando Pessoa... e penso: já que me sinto cinzenta como o céu, vamos lá.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
...
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga... Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura.
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga... Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Equinócio de Outono
Amanhã ás 14h49 é dar as boas vindas ao Outono. Ao verão vou dizer-lhe adeus já hoje, quero receber o outono de braços abertos, sem lamurias, sem tristezas, sem saudosismos... até porque ainda há muita praia e banhos de mar pela frente. Certo São Pedro?
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Bem-Vindo ao mundo Pedro Gil
O teu pai ligou-me ontem à meia noite e quarenta a contar-me que tinhas nascido. A garganta dele estava apertada de emoção. Disse-me que o amor dele por ti é muito grande, que és forte e tens olhos rasgados. Sabes, ficamos tão felizes os dois que as palavras saiam apertadas entre gargalhadas e lágrimas.
O teu pai está muito feliz por finalmente te ter na vida dele.
O teu pai está muito feliz por finalmente te ter na vida dele.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Too Close
O meu coração é como eu, não me obrigues/pressiones/incentives exageradamente/insistas demasiadas vezes ou eu corro a sete pés. Fui eu que te fiz assim ou tu a mim? hum coraçãozinho cego, fechado, pequeno demais?
sábado, 15 de setembro de 2012
Portugal de que é que estás à espera?
O povo saiu à rua. Multidões unidas em várias cidades, de todas as idades, revolta sem violência. O país precisa de nós, dos que ainda cá estão, dos que ainda têm força dos que ainda acreditam.
Eu ainda tenho orgulho de nós.
Eu ainda tenho orgulho de nós.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
O regresso dos doentes riquinhos
Ontem preparei-o para ir ao bloco operatório e conversamos muito, sobre a minha terra e a dele. De Vila Real de Sto António a Viana do Castelo, passando por França onde trabalhou durante 30 anos. Ele é daqueles velhinhos que ainda traz o maço de notas de 100 enrolados num elástico, os olhos são risonhos, barba branquinha e é um gabarolas. Fala orgulhosamente da barriga grande, afirmando ser o resultado de muitos anos de investimento.
Só hoje ao fim do dia voltou ao internamento, algumas complicações pós-operatórias fizeram-no passar a noite na unidade de cuidados intensivos. Mal me viu chamou-me amiga, deu-me a mão e ficou a sorrir.
-Então Sr. H. ainda se lembra do meu nome?
- Claro! Rosa Maria minha amiga de ontem! onde andaste magana?
- Diana Sr. H. Sou a Diana. Se precisar de me chamar toque na campainha que eu venho ter consigo.
Cuidei dele, sempre conversador, sempre a sorrir. Estas pessoas simples e bem dispostas devolvem-me a alegria no meu trabalho, fazem com que tudo seja feito com gosto, com mais vontade. E a pronuncia dele fazia.me rir a cada frase. Pouco depois chamou. Estava a tentar beber água do balão de oxigénio. Orientei-o, estava só um pouco confuso, tinha sede, aquilo era água não percebeu o impedimento.
-Diga lá o meu nome Sr. H, lembra-se?
Sorriu com a cara toda, parou. Tentou disfarçar o esquecimento, depois agarrou-me na mão e começou a pensar.
- Chamo-me Di..Di...?
- Digo-te logo!
Gargalhei, disse-lhe que me apetecia ficar só a cuidar dele, que era tão bom rir-mo-nos tanto juntos, quem me dera só cuidar de pessoas boas, simples e sorridentes. De repente começo a ouvi-lo no corredor.
- Póvoa do Varzim! Anda Cá! Ajuda-me que tenho sede!
;) foram 16 horas seguidinhas, mas vim feliz. Era capaz de fazer isto, se fosse sempre assim compensador a vida toda.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Eu pago por estar aqui, resolva-se.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Ilha
Hoje foi dia de voltar ao farol. De me meter no barco e 40 minutos depois vê-lo aparecer ao longe. Para mim será sempre um lugar mágico, um
lugar que me transmite uma paz imensa, uma beleza em cada canto. Hoje foi também o dia em que pensei que são
cada vez mais as recordações que ele guarda, que já não se limita a uma única por
mais especial e importante que tenha sido.
No regresso apanhei o pôr-do-sol, arranjei um lugar bem na
frente do barco e senti o vento quente bater-me no corpo. Olhei em volta, tirei
milhares de fotografias com a minha mente e guardei-as todas no meu coração. Tenho
a certeza de querer sempre voltar, a magia permanece.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Por um lado até é bom ver o mês de Agosto a aproximar-se cada vez mais do final. É que já não há mais paciência para as praias tão cheias, conversas de adolescentes que ouço inevitavelmente na areia e que me obrigam a lançar preces a todos os santos para nunca ter filhas assim, parques de estacionamento a abarrotar, filas e mais filas. Nem quartos no hospital para receber maxilares partidos e hematomas, ainda há quem parta para a violência nas férias...
Podes chegar Setembro, eu prometo tentar não ter crises de tristeza por se aproximar o outono, mas mais ainda prometo tirar partido de ti até ao final.
Podes chegar Setembro, eu prometo tentar não ter crises de tristeza por se aproximar o outono, mas mais ainda prometo tirar partido de ti até ao final.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Das pessoas especiais
Deve ter sido Deus que a fez aparecer na minha vida, para que os meus dias aqui deixassem de ser cinzentos e sozinhos. E se para a encontrar a ela e ao H. não houvesse outro remédio se não prolongar a minha estadia por terras algarvias, então ainda bem que outras oportunidades não surgiram, porque a minha vida é muito mais rica depois de os ter encontrado. É bom descobrir esta família que não nasceu connosco, que aparece um dia, repletos de amor e preocupação, e desde muito cedo nos demonstram que estão aqui para tudo, para os bons momentos ( e são tantos!), para os dias difíceis, para os dias de telha, de cansaço com a mesma intensidade e atenção com que nos abraçam nos dias de muita alegria.
Os meus amigos são o melhor que a minha vida tem. Os de sangue e os que por outros laços se ligam a mim para sempre.
Os meus amigos são o melhor que a minha vida tem. Os de sangue e os que por outros laços se ligam a mim para sempre.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
Belo é o amanhecer
Primeiro vimos o escuro da noite, as árvores a dançarem com o vento, o vento quente que percorria os caminhos entre elas. O céu muito estrelado, a lua pequenina a sorrir. Nós, a guitarra, os risos, as gargalhadas, as histórias partilhadas, e no final... no final o céu encheu-se de luz, foi ficando azul, as nuvens cor-de-rosa, o amarelinho da manhã primeiro lá longe no horizonte e depois cada vez mais alto.
O que dantes era escuro e assustador revelou-se numa paisagem de cortar a respiração.
Bem-vindo novo dia, nova luz, nova esperança.
sábado, 11 de agosto de 2012
terça-feira, 31 de julho de 2012
Vira que vira e torna a virar que as voltas do vira são boas de dar
É tão importante sabermos recomeçar, as vezes que forem precisas. Reagir ás reviravoltas da vida de espada em punho, umas vezes com mais força do que outras.
Hoje o meu coração e a minha força estiveram no Hospital de S. João de mão dada com uma das pessoas mais bonitas e preciosas que a vida me trouxe. Uma pessoa com um coração do tamanho da lua cheia, com a mesma luz e beleza.
Vai correr tudo bem, a vida sabe ser justa mesmo que demore por vezes tempo de mais a sê-lo.
O meu coração e o seu pertinho, minha querida Mãe Becas***
Hoje o meu coração e a minha força estiveram no Hospital de S. João de mão dada com uma das pessoas mais bonitas e preciosas que a vida me trouxe. Uma pessoa com um coração do tamanho da lua cheia, com a mesma luz e beleza.
Vai correr tudo bem, a vida sabe ser justa mesmo que demore por vezes tempo de mais a sê-lo.
O meu coração e o seu pertinho, minha querida Mãe Becas***
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
Depois de dois turnos seguidinhos no reino dos enlouquecidos é hora de acordar e ir para a praia até o sol se pôr. Recarregar energias, conhecer melhor os novos amigos, mostrar-lhes os melhores recantos neste paraíso. Temos dado muitas gargalhadas juntos, parece que o verão faz milagres e muitas maravilhas nos nossos corações.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Dream every night
Há quem diga que os dias de agora não são para os sonhadores, mas estas noites de verão e este cheiro a mar que invade o alpendre da nova casa, fazem de mim a maior sonhadora de sempre. E sonho em ser um pedacinho pequeno de ar, que de tão livre chega a toda a parte e não pára nunca de seguir o seu caminho.
sábado, 14 de julho de 2012
quarta-feira, 11 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Feliz Julho
Na nova casa.
Aqui há silêncio, há cães que ladram à noite, há alpendre para ver a lua cheia, há relvinha, há a rã no laguinho a quem gentilmente chamo de cabra, porque compete com os cães noite dentro nas cantorias.
Só me faltava uma noite seguidinha de sono. Era tão bom.
Aqui há silêncio, há cães que ladram à noite, há alpendre para ver a lua cheia, há relvinha, há a rã no laguinho a quem gentilmente chamo de cabra, porque compete com os cães noite dentro nas cantorias.
Só me faltava uma noite seguidinha de sono. Era tão bom.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
F.
Tem cancro de cólon, já foi duas vezes ao bloco operatório, já leva várias semanas de internamento. Sempre acompanhado da sua estrelinha, como eu gosto de a tratar, com quem está casado há mais de 45 anos. Uns amores, só a forma como se relacionam, se tratam, se respeitam, se amam com o olhar, vale a pena conhecer. Mas desta vez não é disso que venho falar.
Temos feito umas sessões de partilha, eu estou sempre a dizer-lhe que aprendo muito com ele, ao que ele me responde sempre que também aprende muito comigo, de maneira que, durante as últimas manhãs, durante os tratamentos que me levam a ficar no seu quarto muita tempo, há sessões de youtube. Eu mostro-lhe o que acho que ele vai gostar, ele faz o mesmo. Não acertamos sempre, mas tem sido muito engraçado esta partilha. Porque há gargalhadas, porque se contam histórias da nossa vida, as recordações que as músicas nos trazem, as dele sempre muito mais interessantes do que as minhas, de outros tempos, de outras lutas, que lhe exigiram determinação e audácia.
Hoje mal cheguei, começou com risinhos empolgados. Tenho uma surpresa! Tenho uma surpresa! Esta música devia ser cantada por ti! E já tinha tudo prontinho, foi só começar a tocar…
Hoje mal cheguei, começou com risinhos empolgados. Tenho uma surpresa! Tenho uma surpresa! Esta música devia ser cantada por ti! E já tinha tudo prontinho, foi só começar a tocar…
E chorei.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Chegou chegou chegou chegou chegou
Passo a vida a sonhar com ele. Passo o ano a desejar que chegue e chegou. Vai ser um verão feliz. Muito feliz!
sábado, 16 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Hoje no aeroporto
Disseram-me que tinha uma "aparência tipicamente portuguesa". Primeiro fiquei envaidecida depois lembrei-me que tinha um lenço minhoto ao pescoço.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Isto prova que tenho tido muito tempo livre
Todos os leitores queridos que me perguntam assustados porque ando eu a tomar um anti-psicótico, esclareço que, o mesmo é utilizado para o tratamento do síndrome vertiginoso do qual parece que padeço de há umas semanas para cá.
Ainda não estou a fazer tratamento psiquiátrico, ainda.
Agora vou só ali dar beijinhos na boca ao Johnny;)
Ainda não estou a fazer tratamento psiquiátrico, ainda.
Agora vou só ali dar beijinhos na boca ao Johnny;)
terça-feira, 5 de junho de 2012
Sulpiride 50mg
Sonhei outra vez que me casava. E no dia, à hora marcada lá estava eu sem vestido. E tudo muito ansioso e nervoso e eu nem queria saber. As minhas irmãs todas de volta de mim... e eu vinda da praia cheia de sal. Vou-me casar? agora? dizia-lhes. E de repente começavam a cair do céu muitos vestidos tipo noiva cigana e eu resolvia casar de smoking... Tudo doido à minha volta. vais casar de fato? nem pensar!
Depois sussurravas-me ao ouvido "vá lá meu amor, tens o vestido na caixa, veste-o" e eu lá fui. Era azul rendado, rodado, curtinho, com uma faixa verde na cintura. Brilhante, nada de brancos.
Então eu vi-te a sorrir para mim, lá ao longe e a chamares-me, anda! E quantos mais passos eu dava, mais longe era o caminho.
Ainda falta uma semana para esta medicação acabar. Talvez depois eu volte a ser saudável e fresca. Sem fantasmas, nem vestidos, nem casamentos. Acho que nunca dormi desta forma pesada.. tão profunda que me faz demorar horas para acordar mesmo depois de abrir os olhos e saltar da cama. Estar doente é difícil sra enfermeira. Oh se é.
domingo, 3 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
planos
Passei o dia a dizer:
-vou fazer sopa de bróculos
- vou jantar sopa de bróculos
-vou jantar sopa de bróculos
- vou jantar sopa de brócolos
Acabei o dia em S. Brás a malhar Pizza. Bonito.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Em Viana
Sentada na praça da republica pus-me a pensar nas histórias, momentos e recordações que a calçada lá guarda com ela. O homem azul que ainda passa por lá com o seu cigarro na boca, os arcos onde nos refugiávamos da chuva, do calor, onde nos encontrávamos as 22h ao fim de semana com os amigos. O chafariz, o sol, a esplanada cheia. Os colegas de escola que eram tão pequenos e agora passam engravatados, com os primeiros cabelos brancos, e eu acho que trabalham todos em bancos. E também lamento injustamente... coitado aqui cresceu aqui quer viver para sempre.
Há quem só se imagine feliz na cidade onde nasceu.
Vejo as pombas a beber água no chafariz, a penicar o chão. A criança que foge da mãe, os novos adolescentes aos beijinhos, os novos jovens a cantar e a rir dentro das melhores roupas da moda. Nós também usamos cada fatiota que valha-nos Deus.
O filho da Rosa tola, agora anda junto a uns novos tolos que também por lá param. É estranho, ao mesmo tempo que me parece igual vejo que tudo está diferente.
Gosto muito da nossa cidade, da nossa terra, de a ver aparecer ao longe. Do norte, do verde do Minho, do sotaque cheio e quente, do café delicioso, dos pães de leite da Dora e das bolas de Berlim do Natário, da nortada, do cheiro ao mar revolto, das gaivotas a gritarem por comida ao fim da tarde. Até consigo gostar das lembranças, não que elas nos ponham mais perto, mas porque são lembranças e fazem parte da nossa história. Da nossa vida. Mas não penso voltar para aqui. Não me imaginaria nunca, a ver isto todos os dias para o resto da vida, por melhor que seja, mesmo que me digam que não há igual.
"o nosso país é o melhor para se viver, aqui tens paz, tens sossego, tens protecção" "não há nada melhor do que viana" eu rio-me por dentro e penso... "onde é que vocês têm vivido ultimamente?"
Posso voar. Ainda somos livres. Ainda me considero corajosa, lamechas corajosa sem dente do siso. Ainda sou um bocadinho louca também. E feliz. Nas pequenas coisas. No azul do céu. No acreditar e ter fé num futuro melhor, construído de mãos dadas com todos estes sonhos que guardo dentro de mim.
Os 30 começaram agora e que venham com toda a força, que me empurrem sem medo, me façam querer mais, viver mais, provar mais. Mesmo que precise, de vez em quando, de voltar ao Baú, rever-me, relembrar-me e voltar a sentir-me eu.
Eu, com asas nos pés e saltos.
"o nosso país é o melhor para se viver, aqui tens paz, tens sossego, tens protecção" "não há nada melhor do que viana" eu rio-me por dentro e penso... "onde é que vocês têm vivido ultimamente?"
Posso voar. Ainda somos livres. Ainda me considero corajosa, lamechas corajosa sem dente do siso. Ainda sou um bocadinho louca também. E feliz. Nas pequenas coisas. No azul do céu. No acreditar e ter fé num futuro melhor, construído de mãos dadas com todos estes sonhos que guardo dentro de mim.
Os 30 começaram agora e que venham com toda a força, que me empurrem sem medo, me façam querer mais, viver mais, provar mais. Mesmo que precise, de vez em quando, de voltar ao Baú, rever-me, relembrar-me e voltar a sentir-me eu.
Eu, com asas nos pés e saltos.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Um sonho?
Que todos os dias fossem dias de Verão.
E os sonhos são o tema escolhido para o jantar lamechas.
Aproxima-se cada vez mais o dia dos 30 anos, e a minha maior alegria é poder festejá-lo com os meus amigos e muita imaginação. Vai faltar-me gente, dos meus maiores amores de todos. Mas estarão comigo no único lugar onde estamos sempre juntos, aqui dentro do meu coração. Com muito amor.
E os sonhos são o tema escolhido para o jantar lamechas.
Aproxima-se cada vez mais o dia dos 30 anos, e a minha maior alegria é poder festejá-lo com os meus amigos e muita imaginação. Vai faltar-me gente, dos meus maiores amores de todos. Mas estarão comigo no único lugar onde estamos sempre juntos, aqui dentro do meu coração. Com muito amor.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
Do dia do enfermeiro
Dizem que hoje é dia do enfermeiro e que estamos de parabéns. Que fazemos falta e damos abraços, que somos indispensáveis, que sem nós falta quase tudo. Até bolinho me deram. Que lindo pensei… estes dias feitos fazem me cada vez mais impressão.
Hoje ninguém se lembrou do miserável ordenado que nos pagam, nem dos colegas que estão longe de todos para poderem trabalhar, nem das horas seguidas que trabalhamos debaixo de uma tensão que nos deixa os trapézios nas orelhas. Ninguém mencionou a falta de consideração que nos têm tantas vezes, as olheiras que nos desfiguram, as duas mãos que muitas vezes têm de ser quatro porque falta sempre alguém.
Por isso hoje, agradeço mas dispenso todos os vídeos lamechas que correm na Internet, que reflectem uma realidade que não existe. E o que mais me marcou foi ter recebido no meu telemóvel a mensagem de um doente grato, que não se esquece de quem cuidou dele.
Obrigada R.
Hoje ninguém se lembrou do miserável ordenado que nos pagam, nem dos colegas que estão longe de todos para poderem trabalhar, nem das horas seguidas que trabalhamos debaixo de uma tensão que nos deixa os trapézios nas orelhas. Ninguém mencionou a falta de consideração que nos têm tantas vezes, as olheiras que nos desfiguram, as duas mãos que muitas vezes têm de ser quatro porque falta sempre alguém.
Por isso hoje, agradeço mas dispenso todos os vídeos lamechas que correm na Internet, que reflectem uma realidade que não existe. E o que mais me marcou foi ter recebido no meu telemóvel a mensagem de um doente grato, que não se esquece de quem cuidou dele.
Obrigada R.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
C
Tenho uma doente maluca. A senhora até tem motivos para esta psicose mas é de um negativismo, um dramatismo, uma coisa inacreditável. Vive no escuro. Quarto escuro, roupa escura, chá preto. Não se ri, não tem expressão. Tudo tem que ser à hora exacta, se não, não para de se repetir.
Sempre que lhe faço perguntas responde-me com as suas dores. Que vai deixar de andar devido à pele descamativa que tem nos pés (já foi vista por 5!!!dermatologistas diferentes. Não tem nada mas não desiste e quer mais um!). Que tem dores insuportáveis nos joelhos, que um dia a vão impedir de andar. Que eu é que tenho sorte que ainda ando tão bem… e tenho saúde… ela não, ela sofre mais do que ninguém, tem mais dores do que qualquer outra pessoa no mundo, as coisas que lhe aconteceram… ai as coisas que lhe aconteceram! Os problemas que tem.. .o pânico que sente ao acordar? Um dia enfarta. Um dia deixa de andar porque o coração lhe pára.
Hoje, fui-lhe mandando mensagens escritas ao longo do dia. No tabuleiro do pequeno-almoço escrevi… “o céu está tão bonito, vamos vê-lo juntas?” não ligou. Escondi-lhe outro no meio da roupa preta… “ se eu fosse cor-de-rosa tudo era diferente”… não me disse nada. Até que se levantou… e deu de caras com um espelho na casa de banho, cheio de corações e sorrisos e onde se lia:
Que bonita que estou hoje… pareço um raio de sol.
Tenho o coração cheio de amor*
Foi vê-la sorrir sem controlar. As gengivinhas de fora, uma riqueza.
“ é tão maluquinha enfermeira Diana… tão maluquinha"
Sempre que lhe faço perguntas responde-me com as suas dores. Que vai deixar de andar devido à pele descamativa que tem nos pés (já foi vista por 5!!!dermatologistas diferentes. Não tem nada mas não desiste e quer mais um!). Que tem dores insuportáveis nos joelhos, que um dia a vão impedir de andar. Que eu é que tenho sorte que ainda ando tão bem… e tenho saúde… ela não, ela sofre mais do que ninguém, tem mais dores do que qualquer outra pessoa no mundo, as coisas que lhe aconteceram… ai as coisas que lhe aconteceram! Os problemas que tem.. .o pânico que sente ao acordar? Um dia enfarta. Um dia deixa de andar porque o coração lhe pára.
Hoje, fui-lhe mandando mensagens escritas ao longo do dia. No tabuleiro do pequeno-almoço escrevi… “o céu está tão bonito, vamos vê-lo juntas?” não ligou. Escondi-lhe outro no meio da roupa preta… “ se eu fosse cor-de-rosa tudo era diferente”… não me disse nada. Até que se levantou… e deu de caras com um espelho na casa de banho, cheio de corações e sorrisos e onde se lia:
Que bonita que estou hoje… pareço um raio de sol.
Tenho o coração cheio de amor*
Foi vê-la sorrir sem controlar. As gengivinhas de fora, uma riqueza.
“ é tão maluquinha enfermeira Diana… tão maluquinha"
quarta-feira, 25 de abril de 2012
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