Sentada na praça da republica pus-me a pensar nas histórias, momentos e recordações que a calçada lá guarda com ela. O homem azul que ainda passa por lá com o seu cigarro na boca, os arcos onde nos refugiávamos da chuva, do calor, onde nos encontrávamos as 22h ao fim de semana com os amigos. O chafariz, o sol, a esplanada cheia. Os colegas de escola que eram tão pequenos e agora passam engravatados, com os primeiros cabelos brancos, e eu acho que trabalham todos em bancos. E também lamento injustamente... coitado aqui cresceu aqui quer viver para sempre.
Há quem só se imagine feliz na cidade onde nasceu.
Vejo as pombas a beber água no chafariz, a penicar o chão. A criança que foge da mãe, os novos adolescentes aos beijinhos, os novos jovens a cantar e a rir dentro das melhores roupas da moda. Nós também usamos cada fatiota que valha-nos Deus.
O filho da Rosa tola, agora anda junto a uns novos tolos que também por lá param. É estranho, ao mesmo tempo que me parece igual vejo que tudo está diferente.
Gosto muito da nossa cidade, da nossa terra, de a ver aparecer ao longe. Do norte, do verde do Minho, do sotaque cheio e quente, do café delicioso, dos pães de leite da Dora e das bolas de Berlim do Natário, da nortada, do cheiro ao mar revolto, das gaivotas a gritarem por comida ao fim da tarde. Até consigo gostar das lembranças, não que elas nos ponham mais perto, mas porque são lembranças e fazem parte da nossa história. Da nossa vida. Mas não penso voltar para aqui. Não me imaginaria nunca, a ver isto todos os dias para o resto da vida, por melhor que seja, mesmo que me digam que não há igual.
"o nosso país é o melhor para se viver, aqui tens paz, tens sossego, tens protecção" "não há nada melhor do que viana" eu rio-me por dentro e penso... "onde é que vocês têm vivido ultimamente?"
Posso voar. Ainda somos livres. Ainda me considero corajosa, lamechas corajosa sem dente do siso. Ainda sou um bocadinho louca também. E feliz. Nas pequenas coisas. No azul do céu. No acreditar e ter fé num futuro melhor, construído de mãos dadas com todos estes sonhos que guardo dentro de mim.
Os 30 começaram agora e que venham com toda a força, que me empurrem sem medo, me façam querer mais, viver mais, provar mais. Mesmo que precise, de vez em quando, de voltar ao Baú, rever-me, relembrar-me e voltar a sentir-me eu.
Eu, com asas nos pés e saltos.
"o nosso país é o melhor para se viver, aqui tens paz, tens sossego, tens protecção" "não há nada melhor do que viana" eu rio-me por dentro e penso... "onde é que vocês têm vivido ultimamente?"
Posso voar. Ainda somos livres. Ainda me considero corajosa, lamechas corajosa sem dente do siso. Ainda sou um bocadinho louca também. E feliz. Nas pequenas coisas. No azul do céu. No acreditar e ter fé num futuro melhor, construído de mãos dadas com todos estes sonhos que guardo dentro de mim.
Os 30 começaram agora e que venham com toda a força, que me empurrem sem medo, me façam querer mais, viver mais, provar mais. Mesmo que precise, de vez em quando, de voltar ao Baú, rever-me, relembrar-me e voltar a sentir-me eu.
Eu, com asas nos pés e saltos.
1 comentário:
Querida Di,
Eu também não a via a voltar a viver em Viana. As suas asas já cresceram para não conseguir regressar definiti vamente ao ninho. As suas asas e os seus sonhos! Sonhos que vai ver se vão concretizar um a um sem pressas, no ritmo normal que têm que acontecer.
Beijo grande
Mãe Becas
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