sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
L.
Vi-os ao fundo do corredor abraçados, encaixados um no
outro, minutos seguidos, pareciam uma escultura. Ela pequena envolvida nos
baços dele, com a cabeça encostada ao seu peito, como se estivesse a ouvir-lhe
o coração. Ele repousava levemente a sua cabeça sobre a dela, e todo o seu corpo
a envolvia naquele abraço, como se os braços os amarrassem, os corpos os unissem
e dois corações juntos conseguissem suportar o que para um é tão difícil.
Lembro-me de ter lido num livro, que um médico para
tranquilizar uma mãe que corria o risco de perder um segundo filho pela mesma
doença lhe disse “um raio não cai duas vezes na mesma árvore”. Mas cai. A vida
às vezes consegue ser tão madrasta que pensamos que mais nada de mal nos poderá
acontecer, mas acontece. Pensamos que não é justo, que merecemos ser felizes,
merecemos que as coisas corram bem, merecemos ter sorte, como outro qualquer.
Estes dois irmãos estão a ver a mãe morrer, meses depois de
terem perdido o pai. Meses depois de uma perda sem tamanho, a vida prega-lhes
outra partida com um sem tamanho ainda maior. Onde está a justiça?
Vê-los assim, um para o outro, apenas um para o outro, sem
mais ninguém, fez-me abrir os olhos. Não que eu os tivesse fechados, não que eu
me sinta à partida uma vítima de um mundo injusto, mas porque compreendo ainda
mais as bênçãos que me rodeiam. Não gosto de justificar a obrigação por ser
feliz com a célebre expressão “há sempre quem tenha menos” “há sempre quem
tenha motivos para sofrer muito mais”. Prefiro pensar que tudo é um desafio.
Que as experiências inevitáveis que atravessam repentinamente a nossa vida são
um desafio, e que muitas vezes as minhas emoções, os meus medos e até a minha
dor serão levados a um novo limite. E outro limite será criado, e outra
fronteira do que é suportado surge. Viver também é isto, enfrentar. Enfrentar o
que for, o que vier.
Vem aí um novo ano e não vou à partida rotulá-lo de
triste. Apesar do desafio ser grande, de eu desejar todos os dias simplesmente
fazê-lo desparecer, não tenho por onde fugir. E a imagem destes irmãos
abraçados será certamente uma inspiração. Somos capazes de tanto, somos capazes de sempre mais, se de tudo
retirarmos o que houver e for preciso absorver.
Desejei abraçá-los. Sãos os dois tão bonitos, tão silenciosos,
tão cúmplices. Ficam aqui guardados para sempre.
sábado, 7 de dezembro de 2013
três anos depois do dia zero
Esteve um dia de outono lindo com muito sol. Encontrei o teu pai e dei-lhe um beijo.
Temos saudades tuas.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Dos sinais
De carro a ouvir uma das tuas eternas musicas enviei um beijinho para o céu e de lá voaram repentinamente folhas que dançaram para mim.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
2 de Outubro
Uma só letra é muito importante.
Se não fosse o "g" o gastrónomo tinha de se dedicar às estrelas e aos planetas.
Se não fosse o "g" o gastrónomo tinha de se dedicar às estrelas e aos planetas.
sábado, 28 de setembro de 2013
Das muitas formas do amor
Encontrá-lo nos olhos de um estranho, na forma de gratidão profunda é das formas mais bonitas e comoventes que conheço.
Ela estava na casa de banho, nua. No local da mama esquerda estava agora uma enorme cicatriz, a parte que mais se vê do cancro que a invadiu, os cabelos brancos compridos caiam-lhe sobre os ombros.
"Vim desligar os cabelos ainda bem que apareceste"
Fiz-lhe uma trança e falamos da morte, da dela que se aproxima e ela sabe, mas não aceita. Diz que tem medo mas que Deus há-de guiá-la pelo melhor caminho.
" E se for bom o que nos espera depois, já pensou? se houver uma paz profunda, qualquer coisa que nem imaginamos existir, e se encontrar as pessoas que já partiram e de quem tem tantas saudades todas de uma vez de braços abertos?"-disse-lhe
"Nesse caso, então foi Deus que te enviou agora, é que até parece que o vejo nos teus olhos" Olha para mim, és muito cuidadosa comigo, ajudas-me tanto. Obrigada, Diana"
Dei-lhe beijinhos na testa.
"Não faz mal sentir medo, nem faz mal nenhum chorar".
Agradeço tanto estes momentos, até porque são cada vez mais raros desde que me mudei para cá. Agradeço porque me reconheço, me reencontro. Porque esta felicidade que sinto me desperta para a missão que mais valorizo na minha vida. Mudar o mundo um bocadinho de cada vez, cá dentro, lá fora, gota a gota.
Ela estava na casa de banho, nua. No local da mama esquerda estava agora uma enorme cicatriz, a parte que mais se vê do cancro que a invadiu, os cabelos brancos compridos caiam-lhe sobre os ombros.
"Vim desligar os cabelos ainda bem que apareceste"
Fiz-lhe uma trança e falamos da morte, da dela que se aproxima e ela sabe, mas não aceita. Diz que tem medo mas que Deus há-de guiá-la pelo melhor caminho.
" E se for bom o que nos espera depois, já pensou? se houver uma paz profunda, qualquer coisa que nem imaginamos existir, e se encontrar as pessoas que já partiram e de quem tem tantas saudades todas de uma vez de braços abertos?"-disse-lhe
"Nesse caso, então foi Deus que te enviou agora, é que até parece que o vejo nos teus olhos" Olha para mim, és muito cuidadosa comigo, ajudas-me tanto. Obrigada, Diana"
Dei-lhe beijinhos na testa.
"Não faz mal sentir medo, nem faz mal nenhum chorar".
Agradeço tanto estes momentos, até porque são cada vez mais raros desde que me mudei para cá. Agradeço porque me reconheço, me reencontro. Porque esta felicidade que sinto me desperta para a missão que mais valorizo na minha vida. Mudar o mundo um bocadinho de cada vez, cá dentro, lá fora, gota a gota.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Falou-se da morte e tudo o que retive foi uma frase que dizia mais ou menos isto
"Não podemos impedir que os pássaros da tristeza voem sobre a nossa cabeça, mas podemos sim, impedir que façam ninhos no nosso cabelo"
domingo, 15 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
Mensagem dos anjos
Não te preocupes minha querida Di com o falso mundo das aparências. A capa que te cobre és tu quem a escolhes. Lembra-te de ter fé, de te alegrares com essa força que trazes desde sempre pela conquista de um mundo melhor. Sorri quando tudo o que encontrares forem caras sérias, grupos de falsos felizes orgulhosos da sua soldadura.
Por vezes mais vale um pouco mais só e mais segura do que é certo, do que falsamente integrada naquilo em que não acreditas, não te enquadras nem queres para ti.
Continua andando, um dia de cada vez, um passo atrás do outro. É assim que se faz caminho.
Em frente.
Por vezes mais vale um pouco mais só e mais segura do que é certo, do que falsamente integrada naquilo em que não acreditas, não te enquadras nem queres para ti.
Continua andando, um dia de cada vez, um passo atrás do outro. É assim que se faz caminho.
Em frente.
domingo, 8 de setembro de 2013
Amor à primeira vista
Íamos de carro, alentejo fora e eu vi-a surgir ao longe. Apareceu e ficou, ficou, ficou... Era enorme, sozinha, maravilhosa, iluminada.
Podemos voltar pra trás?
Podemos.
Voltamos. Saltamos o arame farpado, corremos pelo campo seco e irregular e olhamos para ela de frente.
Podemos voltar pra trás?
Podemos.
Voltamos. Saltamos o arame farpado, corremos pelo campo seco e irregular e olhamos para ela de frente.
sábado, 7 de setembro de 2013
Setembro
Vinha a conduzir estrada fora, noite escura, chuva miudinha, relâmpagos no céu e centenas de folhas amarelas a dançarem livres. Sou mesmo capaz de gostar disto.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Minha pimpone
Não te preocupes com o tempo que as coisas duram, com o que as mudanças podem trazer de novo, com os dias que passam entre um encontro e outro, nem em como se tornaram diferentes desde que ficamos longe. As amizades que são para sempre tornam-se eternas de forma natural.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Hoje há chuva de estrelas
Eu sempre acreditei nos poderes mágicos das estrelas:)
E ela foi a única coisa que diminuiu de certa forma a dor da tua partida.Sentir-te marcado como estrela da guarda faz-me sentir-te da melhor forma que é possível sempre comigo.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Sunday Sessions
Um verão diferente, com menos sol, menos praia, pele mais pálida, mais casacos, mais chuva. Uma cabeça a mil como sempre. Anseio pelas férias que estão quase quase a chegar e agradeço esta mudança. Custa, lamento-me, tenho saudades, mas mudei! E não me posso esquecer nunca que era um caminho novo o que eu mais queria. E aqui está ele a ser construído, dia após dia, uns mais quentinhos e luminosos do que outros.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Mergulhar mergulhar mergulhar
quero um mar sereno e caldo para mergulhar e sentir-me feliz feliz feliz.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
L.
Ela está tão doente que fala se si própria com se já tivesse morrido. Fala do bicho que a mata como se já não morasse dentro do corpo que lhe resta, "quando eu tinha uma cancro no estômago", "quando eu estava doente". Eu imagino que quando se olha no espelho já não se reconheça em nenhum traço.
Tem medo das dores... tem medo que o tempo ainda se transforme em muitos dias. Nunca falou da morte.
Tem medo das dores... tem medo que o tempo ainda se transforme em muitos dias. Nunca falou da morte.
terça-feira, 16 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
Tenho pensado
Tenho pensado
Como é que me passa pela cabeça ter um segundo emprego se o primeiro me faz sentir um soldado na frente da batalha, sem armas nem escudo.
Que tenho duvidas. Que sou inconstante. Que tenho medos, anseios e perspectivas muitas vezes completamente descontextualizadas.
Que tenho orgulho. Dos meus amores, de os ver crescer, de os sentir felizes.
Que tenho saudades. Que as saudades muitas vezes me causam tristeza, que vivo tempo de mais agarrada a essa mesma tristeza pela falta que sinto dos que estão longe de mim.
Que estou a apaixonar-me cada dia mais pelo Porto. Que não foi um reencontro fácil, mas que eu começo pouco a pouco a sentir-me em casa.
Que nunca fui tão próxima da minha família como sou aos 31 anos.
Que voltei a sentir vontade de ser mãe.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
T.
Hoje quando dei por mim estava perdida na Rua Ramalde do Meio, a mesma para onde durante anos a fio te enviei cartas e que por isso a morada está gravada (na minha memória de minhoca) para sempre.
Saudades de ti.
Saudades de ti.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
E agora eu acordava
Sonhei que comprava pacotes de amor num supermercado e que podia bebê-los como pacotinhos de leite. Bebia bebia bebia e ficava feliz.
Sonhei que o Seu Jorge me levava aqui e dizia... "é aqui que vamos morar agora Di", abraçava-me e eu sentia o colo dele como um ninho.
sábado, 1 de junho de 2013
sexta-feira, 24 de maio de 2013
sábado, 18 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Madame B.
É incrível a capacidade que ela tem de passar o dia no quarto a olhar para o teto. Pouca luz, nada de musica ou televisão. Por vezes toca só para me pedir que fique com ela e lhe faça companhia, eu chamo-lhe minha Madame B, ela chama-me minha Lady Di. Gosto dela, franzina, com os seus óculos de sol cor-de-rosa sempre postos, os pijamas de cetim, o cabelinho impecável.
Quando se queixa muito de dores eu peço-lhe que diga palavrões, digo-lhe que são analgésicos do melhor. Ela a princípio resistiu à ideia, custou-lhe muito, mas agora diz cáca como ninguém. Eu rio-me dela com orgulho quando o faz, ela ri-se de mim envergonhada, acha mesmo que eu acredito que ela nunca disse palavrões verdadeiros com a sua boca sagrada. Damos as mãos.
- É você que está comigo hoje minha Lady Di?
domingo, 12 de maio de 2013
Mudar é como ser areia e levar com o vento forte, desfaz-se o manto, perde-se o rumo e fica muita coisa a pairar no ar. Fica-se ali ao sabor da velocidade, chocam as partículas pousamos e levantamos vezes sem conta. Julgamos muitas vezes que vamos andar ás cambalhotas para sempre, a mudar de direcção, a conhecer novos pousos, a desejar ser um manto forte de novo.
Fecho os olhos, sinto o vento forte, frio, prefiro a vê-lo passar, o que sinto na pele fica comigo, entranha-se em mim, transforma-me novamente em rochedo. Sopra vento.
Fecho os olhos, sinto o vento forte, frio, prefiro a vê-lo passar, o que sinto na pele fica comigo, entranha-se em mim, transforma-me novamente em rochedo. Sopra vento.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Dos doentes especiais
Em criança escrevia o nome dele nos livros, recortava as fotos dele dos jornais, fazia-me palpitar o coração.
Hoje mentalizei-me para conseguir ser profissional, para controlar o riso antes de entrar no quarto e apresentar-me, recebe-lo e cuidar dele sem ter as mãos a tremer.
Como é engraçada e inesperada a vida por vezes.
Hoje mentalizei-me para conseguir ser profissional, para controlar o riso antes de entrar no quarto e apresentar-me, recebe-lo e cuidar dele sem ter as mãos a tremer.
Como é engraçada e inesperada a vida por vezes.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Bem-Vindo Maio
Que sejas alegria, que me tragas boas gargalhadas, que me continues a dar motivos de orgulho, de amor, de esperança. Que me permitas voltar a abraçar os que me fazem falta, a mergulhar no mar e apanhar sol na praia. E que me mantenhas sempre capaz de agradecer todas as coisas boas que chegam até mim, todos os dias.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Meu menino amado que ainda moras dentro da mulher mais maravilhosa do mundo:
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Ao telefone com ela
Lembrei-me da frase da Clarice Lispector
"Sou como você me vê, posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar"
"Sou como você me vê, posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar"
quinta-feira, 18 de abril de 2013
A norte
O vento sopra com uma força que já não me lembrava de sentir.
Todos me chamam "menina", é bom.
Procuro explicações exaustivas para tudo o que sinto, voltei a ter algum medo de conduzir, irrito-me com os vizinhos que não dizem "bom dia", tenho saudades.
Gostava de saber o nome do fenómeno psicológico de parecer encontrar caras conhecidas em todo o lado e no fundo não conhecer ninguém.
Todos me chamam "menina", é bom.
Procuro explicações exaustivas para tudo o que sinto, voltei a ter algum medo de conduzir, irrito-me com os vizinhos que não dizem "bom dia", tenho saudades.
Gostava de saber o nome do fenómeno psicológico de parecer encontrar caras conhecidas em todo o lado e no fundo não conhecer ninguém.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
No dia em que vim embora
Estavam todos de pijama e não penteamos os cabelos.
Despedi-mo-nos no jardim e demos abraços sem fim.
Senti um elefante alapar-se no meu peito e quase não conseguia respirar.
Despedi-mo-nos no jardim e demos abraços sem fim.
Senti um elefante alapar-se no meu peito e quase não conseguia respirar.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Há aqueles amigos que nos recebem de braços abertos. Que ficam
felizes por nos ter de volta, por estarmos finalmente perto. Há os que nos amam
sem barreiras ou contrariedades, mas a uma distância difícil de ser ultrapassada. Há aqueles
que não são amigos, mas temos a certeza que se tornarão e há aquelas pessoas que nunca chegarão a sê-lo.
Há já muitas saudades dos amigos verdadeiros que ficaram lá.
Dos que partilhavam os dias comigo e me aceitavam com ou sem cafeína no sangue.
Há uma solidão ainda a ser readaptada à sua ausência. Há ainda sérias dúvidas de que isso venha a ser possível.
Há amor, amizade, que prevalece aos novos caminhos. Amigos
que não só aceitam as nossas opções, como ficam lealmente felizes por nós.
O verdadeiro amor é assim, vê o outro partir e chora a sua ausência, mas fica feliz por ser a liberdade a
guiá-lo.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
domingo, 31 de março de 2013
Podem dizer-me muitas coisas nesta vida. Que nos maus
momentos cresço como nunca, que são indispensáveis para me conhecer melhor, que
a dor é necessária para que compreenda o prazer, que a frustração é o início de
novas visões do caminho, mas não me lixem … nada me faz ver melhor o mundo do
que a felicidade.
terça-feira, 26 de março de 2013
Eveline
Eu cuidei da Eveline dois ou três turnos. Primeiro estava ela ainda muito desorientada, dizia-me muitas vezes que tinha o "cérebro morto" que não sabia onde estava a memória dela, a força das pernas, a escolha fácil de palavras para pedir, descrever ou dizer o que queria.
Noventa e nove anos de mulher. Nós dizíamos sempre em tom de brincadeira que o objectivo do internamento seria que ela alcançasse os cem.
Quando me despedi dela no meu ultimo turno pediu-me a morada da minha nova casa. Prometeu-me com ar muito seguro e olhos nos olhos que me mandaria um postal no dia em festejasse os seus cem anos de vida. Eu fiquei tão emocionada que não me contive, nem me quis conter. Tinha todas as emoções a fervilharem na minha pele, não tinha tido ainda tempo para reflectir sobre nada, para absorver. Então fiquei junto dela e foi lá que parei para pensar. De mão dada comigo, a elogiar-me sem limites, como se me quisesse fazer acreditar nas palavras que dizia. Eu em silencio, parada, a ouvir o bater do meu próprio coração.
Foi ali, naquele momento, que senti pela primeira vez que era real, que um livro se fechava. Anos depois um novo começo. Foi ali.
Aguardo o seu postal Eveline*
sábado, 23 de março de 2013
Das despedidas
Eu não sabia que ia receber tanto amor, juro que não. Desta vez pensei que tinha o coração tão ansioso pela nova mudança, que não me iam custar muito as despedidas. Como estava enganada.
Na minha ultima noite em Faro dançamos muito, demos abraços, partilhamos sentimentos, fizemos promessas e ainda colamos os nossos desejos no balão de S. João, que quase nos meteu em apuros... valeram as gargalhadas. Senti-me tão querida e abençoada por todos.
Obrigada:)
terça-feira, 19 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
Da felicidade
Não me importo de sentir o coração bater na barriga porque o peito de repente se sente pequeno para tanta ansiedade. Que todas as boas energias estejam comigo nos próximos tempos e que aconteça o melhor.
sábado, 9 de março de 2013
As bonitas palavras do amor porque hoje é o teu dia de anos
Há uns tempos resolvi ter coragem de pesquisar no meu email
o teu nome, encontrei um email teu, o que quero guardar aqui para que nunca se perca. De
uma forma ou de outra resume a nossa história juntos. Dizias-me assim:
“Vou-me limitar a
dizê-lo. Sem o tentar justificar, com honestidade ou necessidade. Sinto por ti
um Amor profundo. Está-me tão entranhado que parece que já nasci com ele.
Passou infância e adolescência. Virou adulto. Não quero que se torne num
velho rezingão. Amo-te”
terça-feira, 5 de março de 2013
M.
Esta última noite não o prendi. Se há coisa que me custa é
amarrar braços e pernas a grades de camas de hospital, imobilizar mesmo que
seja para proteger revolta-me imenso. A agitação que eles atingem obriga-nos a
isso muitas vezes, mas não o faço nem nunca o fiz de ânimo leve. Nesta última
noite deixei-o livre e sem amarras, sabendo que isso me obrigaria a uma vigilância
muito mais exigente e paciente também. Chamou-me muitas vezes. “Rosa Maria!” “Rosa Maria!” onde andas
mulher? Explico. Está no hospital, sou a enfermeira, não grite, use a
campainha.
Velhinhos desorientados são como crianças com medo do escuro,
utilizam todas as desculpas para prolongar a companhia, pedem para ir à casa de
banho, tem dores que esquecem com a conversa, dão golinhos mínimos de água,
querem ajuda para tudo, parecem ter toda a energia para querer fazer o que nem
tentam durante o dia, querem falar.
Da última vez que me chamou, não gritou. Começou baixinho… Enfermeira, enfermeira…….enfermeira. Cheguei
ao quarto, liguei a luz de presença, exausta, esperou que estivesse bem
pertinho e disse “olá eu sou o Manuel”.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Bem-Vindo Março
Que sejas optimismo e esperança. E que me lembre durante todos os teus dias em acreditar no meu coração.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
J.
Ao meu velhinho de hoje devo o pensamento do dia. Pegou-me na cara com as mãos e disse-me "cinquenta milhões de contos menina! já viu?" não Sr. M. nunca vi, respondi-lhe sem perceber. De nada me valiam agora, trocava-os pelas suas pernas e a sua idade! e gargalhou sem parar.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Catarina
Quando fores grande vou lembrar-te dos tempos de pequenina, em que cabias no meu colo envolvida numa manta branca quentinha. Vou dizer-te que, desde que nasceste, o teu pai te adivinhava os sonhos e dizia-me que eram feitos de castelos de areia e tranquilidade. Vou lembrar-me dos olhos rasgados que herdaste da tua mãe, da paz dos teus sonos longos, dos beijinhos suaves que o teu irmão de dá com os lábios que tocam levemente a tua testa. Vou lembrar-te do meu amor por ti, que cresce como as saudades. Vou dizer-te que me cansava de estar longe, da espera nos dias longos, muitas vezes de uma solidão pesada. Que ás vezes os nossos dias são difíceis e noutros são alegria. Que viver é mesmo assim, às vezes as pequenas coisas bastam, noutras nada parece compensar. Vou ensinar-te que a família e os amigos não têm preço, e que se alguns nos escapam outros estão lá sempre. Que ter esperança é ter quase tudo, que nunca devemos magoar ninguém por ousadia, que o mundo à nossa volta melhora se semearmos amor, e que este é a coisa mais importante do mundo.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Este ano, devido ao inverno ameno elas apareceram e floriram num ápice. Quase não tive tempo de as ir vendo nascer, um dia rebentaram de rosa e branco no outro já as flores se transformavam em folhas verdes. Eu amo-as.
Ontem na berma de uma estrada ainda encontrei esta bem florida, mandei um grito histérico e meti pé ao travão. Fui-me aproximando, meti-me debaixo dela, imaginei que, a poder ser uma árvore um dia, queria ser uma amendoeira em flor.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...
Mario Quintana
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Poema do amigo aprendiz - fernando Pessoa
Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias.
Eu Di lamechas me confesso, e neste momento prefiro acreditar que as coisas acontecem para que possamos ser mais e melhor. Mais compreensivos, mais tolerantes, mais capazes de perdoar, de ir além dos limites que julgávamos estipulados. Porque pelos amigos podemos isto mas pelos melhores amigos podemos sempre mais.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
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