quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pai



 Sinto tanto a tua falta outra vez, somos uma família amputada sem ti. Tu sempre certo, sempre seguro, sempre exigente. Tu com a solução para tudo, com a resposta pronta para que nada nos faltasse nunca. 
Por te sentir assim, ainda todas as coisas me parecem tuas e eu não tenho vontade de lhes tocar. São tuas, estão como tu as deixaste. Têm que passar a ser nossas mas eu não queria.

                                                                      Está na hora de ouvires o teu pai: 
Puxa para ti essa cadeira 

Cada qual é que escolhe aonde vai
Hora-a-hora e durante a vida inteira



Podes ter uma luta que é só tua
Ou então ir e vir com as marés
Se perderes a direcção da Lua
Olha a sombra que tens colada aos pés



Estou cansado. Aceita o testemunho
Não tenho o teu caminho pra escrever
Tens que ser tu, com o teu próprio punho
Era isso o que te queria dizer



Sou uma metade do que era
Com mais outro tanto de cidade
Vou-me embora que o coração não espera
À procura da mais velha metade




1 comentário:

Becas disse...

Querida Di o que lhe calhar a si do seu Pai é um bocado dele que tem que cuidar, tratar, amar e depois chegará a sua vez também de deixar.
Custa mas é como um tesouro!
Lindos estes versos e bem escolhidos como sempre!
Tadoro

 
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