Há um ano atrás parti para o Brasil. A esta hora estava dopada num avião, com o coração apertado e ansioso, sem saber muito bem o que me esperava. Um oceano me separaria da minha vida até então e isso era uma ideia que me agradava muito.
No Brasil à chegada não encontrei calor nem sol. Chovia muito, S. Paulo era muito cinzento tudo era longe de tudo e o trânsito caótico. O que esta experiência modificou em mim traduz-se numa visão só: o Brasil deu-me luz e transformou-me numa pessoa melhor. O quentinho fui encontrando nas pessoas, cuja humanidade e carinho para com todos é algo que nunca tinha visto. No Brasil perdi a conta dos abraços diários. Apertadinhos, sentidos numa troca de energias corpo a corpo. Encontrei miséria extrema em favelas onde trabalhei e encontrei nas pessoas miseráveis sorrisos que me marcaram para a vida. Peguei nas crianças abandonadas ao colo enchia-as de beijos, chorei quando me chamavam querendo mais. No Brasil dancei Forró. Com dois passinhos para lá dois para cá. A música entra no corpo e só se pára com a madruga. Fiz amigos que não esqueço. Pessoas que me acolheram desde o primeiro instante me deram a mão e me mostraram como se pode ser feliz com tão pouco.
Nunca senti medo. Saía de casa sem nada e bom mesmo era quando havia sol… havaiana no pé é alegria.
Quando o balão cresceu pela primeira vez! Lembro-me perfeitamente. Estava num centro de saúde muito pobre. Pessoas nos corredores. Velhinhos, crianças mães. Olhei para as paredes despidas do tempo. E o balão dentro de mim começou a agigantar. Lembro me de pensar: o que sinto agora é felicidade pura. Encontrei o meu caminho, o terreno onde sinto que todo o amor que tenho para dar é tão bem recebido e necessário. Imaginei – me com a Nat a pintar paredes do centro de saúde, a deixá-lo mais bonito. Imaginei que nunca mais sairia dali, que me empenharia nesta missão pessoal de tentar deixar o mundo melhor do que o encontro. Não sei exactamente como me libertei da pessoa que era até então. Não que me sentisse mal comigo própria mas porque havia tanto por limar em mim.
Um dia tive que partir. Despedi-me de todos com a alegria de sempre. Promessas feitas de um reencontro quando a vida o permitisse. “ O qui importa mesmo Dgi é sê Féliz!" É:) O que importa mesmo mesmo é um dia ter tido esta oportunidade tão maravilhosa. Que me abençoou tanto e pela qual agradeço muito.
Sim, os descobrimentos de 1500 foram outros. E os meus são meus para sempre.
Aos meus queridos amigos Lê, Leo e Camila, com muito amor.
No Brasil à chegada não encontrei calor nem sol. Chovia muito, S. Paulo era muito cinzento tudo era longe de tudo e o trânsito caótico. O que esta experiência modificou em mim traduz-se numa visão só: o Brasil deu-me luz e transformou-me numa pessoa melhor. O quentinho fui encontrando nas pessoas, cuja humanidade e carinho para com todos é algo que nunca tinha visto. No Brasil perdi a conta dos abraços diários. Apertadinhos, sentidos numa troca de energias corpo a corpo. Encontrei miséria extrema em favelas onde trabalhei e encontrei nas pessoas miseráveis sorrisos que me marcaram para a vida. Peguei nas crianças abandonadas ao colo enchia-as de beijos, chorei quando me chamavam querendo mais. No Brasil dancei Forró. Com dois passinhos para lá dois para cá. A música entra no corpo e só se pára com a madruga. Fiz amigos que não esqueço. Pessoas que me acolheram desde o primeiro instante me deram a mão e me mostraram como se pode ser feliz com tão pouco.
Nunca senti medo. Saía de casa sem nada e bom mesmo era quando havia sol… havaiana no pé é alegria.
Quando o balão cresceu pela primeira vez! Lembro-me perfeitamente. Estava num centro de saúde muito pobre. Pessoas nos corredores. Velhinhos, crianças mães. Olhei para as paredes despidas do tempo. E o balão dentro de mim começou a agigantar. Lembro me de pensar: o que sinto agora é felicidade pura. Encontrei o meu caminho, o terreno onde sinto que todo o amor que tenho para dar é tão bem recebido e necessário. Imaginei – me com a Nat a pintar paredes do centro de saúde, a deixá-lo mais bonito. Imaginei que nunca mais sairia dali, que me empenharia nesta missão pessoal de tentar deixar o mundo melhor do que o encontro. Não sei exactamente como me libertei da pessoa que era até então. Não que me sentisse mal comigo própria mas porque havia tanto por limar em mim.
Um dia tive que partir. Despedi-me de todos com a alegria de sempre. Promessas feitas de um reencontro quando a vida o permitisse. “ O qui importa mesmo Dgi é sê Féliz!" É:) O que importa mesmo mesmo é um dia ter tido esta oportunidade tão maravilhosa. Que me abençoou tanto e pela qual agradeço muito.
Sim, os descobrimentos de 1500 foram outros. E os meus são meus para sempre.
Aos meus queridos amigos Lê, Leo e Camila, com muito amor.
3 comentários:
Os olhos encheram-se de lágrimas ao ler este comentário...tao genuino e tao puro!!Tu és realmente assim...TRANSPARENTE!!
è mt bom saber que contribuis para um mundo melhor:)
e já agr só te queria fazer uma pergunta: "SENTES-TE FELIZ POR VIVER??"
Beijinhos querida
Há várias coisas tão lindas,tão partilhadas, que nos unirão para sempre minha querida! E também a descoberta do quanto a vivência DOMUNDO nos dá!Já tinha sentido que a sua experiência em S. Paulo a tinha marcado muito pela positiva mas não concordo que a tenha modificado: poliu um pouco mais um "diamante" tão puro!
Como esta que está a ter no Sul: o contacto com o nosso próximo,a entrega total e genuina ao seu trabalho,a partilha do seu amor e carinho por aqueles que precisam (e por vezes àqueles que não reconhecem) e o sorriso e olhar sincero aos amigos.Di eu sei que assim tambêm é feliz!!! Mil beijos da Bacouca
Que texto maravilhoso.
Essa imagem do balão... eu conheço isso! Eu chamo "encher o peito"!
Um beijinho, linda Di!
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