Ela é uma dama velhinha e cheia de classe. Foi ao bloco operatório ontem ficar sem metade de uma perna, corroída por uma infecção malvada que não houve forma ser controlada. Tão velhinha, tão pequenina, tão sem opção, tão sem compreender o que se passa, tão sem conseguir decidir por si própria.
Regressou ao internamento calma, quietinha, como se nada tivesse acontecido. Olhava para mim e dizia-me "mademoiselle mademoiselle", diga-me o que precisa, o que lhe dói? "Mademoiselle, mademoiselle"...Repetiu-se milhões de vezes, não disse mais nada, não respondia a mais nada, olhava para mim sem me ver, e repetia-se mais uma vez
Já de manhã pediu-me, podemos ir embora madame?
E eu disse-lhe que sim, que podemos. Podemos ir embora querida J.
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1 comentário:
Querida Di,
Mais uma vivência comovente e enriquecedora que viveu.
Descreve-a tão bem que posso vivê-la também.
Grande beijo
Mãe Becas
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