A tristeza do Sr. A. deve-se a ter deixado de ver passar a sua sereia. Contou-me na última vez que o fui acordar de manhãzinha. Tinha desfeito a fralda toda com as mãos e havia uma nuvem de algodão à sua volta. Destapado, desoriento e triste. Perguntei-lhe o que tinha.
“Tenho saudades Diana. Saudades de a ver passar… nem o mar consigo ver daqui, mesmo que ela me acene eu não vou conseguir ver. Chamas-te Diana não é? Como a princesa… a que morreu por isso não me esqueci”
O Sr. A. é muito velhinho e eu gosto muito de cuidar de velhinhos, tenho-lhes quase automaticamente um carinho ainda maior. Principalmente quando me contam histórias, algumas da vida outras da imaginação que traduzem a falta da família, da sua casa, das coisas do dia a dia que de repente desaparecem. Talvez não seja muito pertinente da minha parte participar nestas histórias com eles como faço, seria aparentemente mais correcto orientá-los. Mas eu começo com as minhas perguntas e entro na fantasia e sabe-me tão bem… desligar da doença, da dor, da limitação… e alçar a imaginação e rir em vez de chorar, mesmo que seja por uma ilusão, é apenas uma maneira de passarem melhor o tempo, de viver melhor aqueles momentos de sofrimento.
“Oh Diana diz – me lá a verdade… foi ela que te mandou cuidar de mim não foi? A minha sereia...”
“Tenho saudades Diana. Saudades de a ver passar… nem o mar consigo ver daqui, mesmo que ela me acene eu não vou conseguir ver. Chamas-te Diana não é? Como a princesa… a que morreu por isso não me esqueci”
O Sr. A. é muito velhinho e eu gosto muito de cuidar de velhinhos, tenho-lhes quase automaticamente um carinho ainda maior. Principalmente quando me contam histórias, algumas da vida outras da imaginação que traduzem a falta da família, da sua casa, das coisas do dia a dia que de repente desaparecem. Talvez não seja muito pertinente da minha parte participar nestas histórias com eles como faço, seria aparentemente mais correcto orientá-los. Mas eu começo com as minhas perguntas e entro na fantasia e sabe-me tão bem… desligar da doença, da dor, da limitação… e alçar a imaginação e rir em vez de chorar, mesmo que seja por uma ilusão, é apenas uma maneira de passarem melhor o tempo, de viver melhor aqueles momentos de sofrimento.
“Oh Diana diz – me lá a verdade… foi ela que te mandou cuidar de mim não foi? A minha sereia...”
3 comentários:
fiquei com o coração apertado
Querida Di,
Que saudades que eu tinha de ler as suas vivências!!! São sempre tão humanas, tão carinhosas, tão...tão...tão...DI!!!
Um grande beijinho cheio de ternura.
Amo-te muito, minha Didi. Meu orgulho.
Enviar um comentário