Já não sou convidada para festas de anos em piscinas e parques temáticos mas para madrinha de casamentos. Fico feliz, muito mesmo, mas esta coisa de estar cada vez mais próxima dos trinta não é algo que me alegre muito.
Hoje volto à queima do porto. Já não sou caloira nem finalista. Já? O tempo nem precisa de pernas para andar porque tem asas. Os meus amigos refazem vidas, querem casar e ter filhos. O meu sobrinho mais velho já é mais alto do que eu. E o mais novo já não gosta de colo. A minha irmã mais velha já chegou aos 40. Já sou mais vezes tratada por senhora do que por menina.
Referiram – se a mim, em pleno Domingo à tarde, enquanto eu e o Dias escolhíamos o primeiro presente de casamento para o Pi, como a sua esposa. Uma senhora que nos diz:
-“O senhor e a sua esposa…”
Desde quando? Desde quando o Dias é visto como um senhor e eu como sua esposa?
- Temos ar de jovens adolescentes! Digo lhe eu. Não temos Dias não temos? Quem esta criatura pensa que é?
E o Dias riu-se.
- Tu serás sempre pequenina Di. Isso é certo.
- E é tão bom ser pequenina, ter pais e avós e ter quem goste de nós.
- Vês?