Muitas vezes, quando perguntava ao P. pela manhã, como se sentia nesse dia, respondia-me com o seu sorriso bem característico, que estava todo bufado. Bufado?
-Sim enfermeira. Tenho bufas, ar, peidos, pus o que quiser. Como quiser. Mesmo que não queira.
Ensinei-lhe uma música do Rui Reininho, que cantávamos os dois quando lhe dava banho de manhã. Do meu nome raramente se lembrava, mas sempre que me via começava a cantar...
“Tu és tudo de A a Z, tu és tudo e o meu lado B….”
Ás vezes só me apercebo como alguns doentes são especiais quando se vão embora, quando chego e as suas camas estão vazias ou ocupadas por outra pessoa. Relembrei o P. hoje. As muitas vezes que me zanguei com ele por se meter em todas as conversas que ouvia, ou fazer piadas com a desgraça alheia. Mas o P. era tão humorístico! Acho que todos os que trabalhamos com ele acabamos por várias gargalhadas soltar, com os pensamentos que ele partilhava instintivamente. Muito inteligente e autêntico.
Mesmo sem nunca imaginar, hoje soube que o P. deixou saudades.
American boy:)
-Sim enfermeira. Tenho bufas, ar, peidos, pus o que quiser. Como quiser. Mesmo que não queira.
Ensinei-lhe uma música do Rui Reininho, que cantávamos os dois quando lhe dava banho de manhã. Do meu nome raramente se lembrava, mas sempre que me via começava a cantar...
“Tu és tudo de A a Z, tu és tudo e o meu lado B….”
Ás vezes só me apercebo como alguns doentes são especiais quando se vão embora, quando chego e as suas camas estão vazias ou ocupadas por outra pessoa. Relembrei o P. hoje. As muitas vezes que me zanguei com ele por se meter em todas as conversas que ouvia, ou fazer piadas com a desgraça alheia. Mas o P. era tão humorístico! Acho que todos os que trabalhamos com ele acabamos por várias gargalhadas soltar, com os pensamentos que ele partilhava instintivamente. Muito inteligente e autêntico.
Mesmo sem nunca imaginar, hoje soube que o P. deixou saudades.
American boy:)