quarta-feira, 17 de setembro de 2014


Um dos faróis da minha vida faz anos hoje.
Feliz ano novo minha irmã*

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Perpétua


Voa passarinho. Decide tu amar-te de novo. Chora, remexe os sentimentos, depois chega o dia em que eles ficam no sitio certo. Acredita nas aprendizagens da vida, passa pela mágoa e vive-a, mas não te tornes amargurada.

Vai chegar o dia, chega sempre. em que a página já não tem mais espaço para história.

E voas outra vez.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Senhor Professor


No primeiro dia postou um olhar sério para o piercing no meu nariz. Quando lhe perguntei se me deixaria assistir a uma aula sua de piercing, abanou a cabeça com ar de reprovação, Depois, soltou um sorriso maroto e cativou-me para sempre. Noventa e dois anos de uma vida activa muito para além do seu tempo. Investigador, médico, professor, pai. Um senhor. Um médico com uma gratidão e respeito imenso pelos enfermeiros que cuidavam dele. 

Lutou com todas as forças nos últimos dias por se manter vivo, Não queria partir, Falava com uma exaustão atroz, uns pulmões no limite do esforço, Falava sem fôlego entre a respiração sôfrega e a determinação de se fazer ouvir. Não desistia sem que o compreendessem, e eu não desistia de o compreender. Sorria muitas vezes. Beijava-me a mão quando juntos conseguia-mos descobrir o que lhe estava a fazer falta, onde estava a doer, como estavam as ultimas análises ou a imagem do Rx.

Hoje quando cheguei ouvi a sua filha chorar. Estava de joelhos no chão de mão dada com o pai. Dizia-lhe baixinho "esperaste pelos raios de sol para partir"





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pai



 Sinto tanto a tua falta outra vez, somos uma família amputada sem ti. Tu sempre certo, sempre seguro, sempre exigente. Tu com a solução para tudo, com a resposta pronta para que nada nos faltasse nunca. 
Por te sentir assim, ainda todas as coisas me parecem tuas e eu não tenho vontade de lhes tocar. São tuas, estão como tu as deixaste. Têm que passar a ser nossas mas eu não queria.

                                                                      Está na hora de ouvires o teu pai: 
Puxa para ti essa cadeira 

Cada qual é que escolhe aonde vai
Hora-a-hora e durante a vida inteira



Podes ter uma luta que é só tua
Ou então ir e vir com as marés
Se perderes a direcção da Lua
Olha a sombra que tens colada aos pés



Estou cansado. Aceita o testemunho
Não tenho o teu caminho pra escrever
Tens que ser tu, com o teu próprio punho
Era isso o que te queria dizer



Sou uma metade do que era
Com mais outro tanto de cidade
Vou-me embora que o coração não espera
À procura da mais velha metade




quarta-feira, 3 de setembro de 2014


Perguntem-me quem eu sou e eu divago, sou tantas coisas. Perguntem-me o que quero fazer com certeza na vida e eu tenho dezenas de resposta. Perguntem-me que musica me vem à cabeça no segundo seguinte, que fruta gosto mais, o que estaria a fazer agora se pudesse. Perguntem-me o que me comove, quem gosto de ter por perto, que experiências me marcam mais. Perguntem-me do que tenho medo, lembro-me da velocidade, das ondas, da morte dos outros, de desistir, de me esquecer...
Perguntem-me o que é mais importante? Qual é a força mais poderosa, o que me move, me transporta, me deixa perdoar, me faz pedir desculpa, me obriga a não ter pressa, a ser paciente a saber esperar. O amor faz-me acreditar, faz-me acreditar forte.

 
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