segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bem-Vinda Catarina

Ainda não te peguei ao colo encostando-te a mim. Ainda não sentiste o meu coração acelerado bater  contra o teu corpo pequenino. Hoje foi o dia em que nasceste e eu passei-o longe de ti. Trabalhei muito, almocei filetes de pescada com arroz de tomate, chorei de alegria fechada na casa de banho do meu serviço e quando o teu pai me deu a noticia de que tinhas acabado de nascer, passavam quinze minutos do meio dia. Depois tratei muitos doentes... foram 16h sem parar. As pessoas, os barulhos, as luzes, os telefones, o meu nome a ser chamado vezes sem conta. E o meu coração todo teu, minha menina, meu novo amor. Já gosto tanto de ti, vou encher-te de beijos quando te vir, e dizer-te baixinho ao ouvido que te amo, assim muito, como daqui ao outro lado do mundo.
Não sou só tua tia, nem tia e madrinha, sou tua. Sou tua como de mim precisares, para sempre.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

G.



Os velhinhos deviam estar mais protegidos das decisões dos outros. É que lhes escondem diagnósticos e decidem por eles assim sem mais nem menos. Em nome do bem maior penso eu, porque é nossa mãe, nosso pai, meu avô e eu quero o melhor para ele. Quero que viva muitos anos, quero que esteja cá para sempre.
E depois espetamos-lhes agulhas, damos-lhes anestesias, cortamos, cozemos, deixamos marcas, nódoas negras em todo o lado.  Dizemos que é só desta vez, não mecha o braço que passa já, fique quietinho que doí menos.
A minha velhinha dos últimos turnos, estava calada desde que começaram a decidir tudo por ela. Foi operada, foi algaliada, entubada, sedada, acordada. Espeta agulha, tira sangue, dá-se antibiótico. Ontem tentava eu dar-lhe um chá doce à colher e ela de boca cerrada. E eu pedia-lhe para a abrir, para começar a comer, que era melhor, que ia ajudar, que estava morninho, que era bom e ela nada.
 Chegou a filha e os olhos dela arregalaram-se como se de repente ficasse lúcida. Leva-me daqui pediu ela, leva-me contigo filha… Então bebe o chá, bebe o chá que eu levo-te comigo. Bebe o chá e vamos juntas para casa. E ela bebeu, uma colher, depois outra e o chá a desaparecer da tigela.
Estava encolhidinha na cama quando lhe apaguei a luz no fim do turno. Calada, de olhar distante, quase indiferente. Que triste que estava a G.

sábado, 13 de outubro de 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Porto


«Afinal, o Porto, para verdadeiramente honrar o nome que tem, é, primeiro que tudo, este largo regaço aberto para o rio, mas que só do rio se vê, ou então, por estreitas bocas fechadas por muretes, pode o viajante debruçar-se para o ar livre e ter a ilusão de que todo o Porto é a Ribeira

 José Saramago

Hoje lembrei-me de juntar forças, espero que haja a parte II deste mensagem. Vamos ver?

sábado, 6 de outubro de 2012

Do optimismo



Na nossa vida cabe muito mais do que aquilo que estava planeado, cabe aquilo que se sonha, cabe aquilo que se realiza e o que fica no caminho entre os dois. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

 
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